#51FCG: Mussum – O Filmis surpreende e conquista 6 kikitos, incluindo Melhor Filme

Os vencedores dos Kikitos do #51FCG. Foto: Lou Cardoso

Chegou ao fim mais um Festival de Cinema de Gramado! A 51ª edição premiou a comédia Mussum – O Filmis com 6 Kikitos, incluindo Melhor Filme e Melhor Ator para Aílton Graça. A cinebiografia sobre Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum (1941 – 1994), marca a estreia de Silvio Guindane como diretor de um longa-metragem e, de fato, surpreendeu a todos pelo grande número de prêmios que conquistou, entre eles a dobradinha de atores coadjuvantes para Yuri Marçal e Neusa Borges. Além disso, Mussum ainda conquistou o público ao levar o Júri Popular, categoria de votação aberta a todos que assistiram ao filme na noite de exibição.

Tia Virgínia e Mais Pesado é o Céu foram os demais vencedores, levando 6 e 3 Kikitos respectivamente, entre eles o de Melhor Atriz para Vera Holtz e Melhor Direção para Petrus Cariry. Já o documentário Anhangabaú, de Lufe Bollini, e o longa-metragem gaúcho Hamlet, de Zeca Brito, foram eleitos os melhores filmes das Mostras de Documentários e Gaúcha.

Aílton e Vera comemoram. Foto: Edison Vara/Agência Pressphoto

Longe de mim desmerecer a vitória de Mussum – O Filmis no 51º Festival de Cinema de Gramado, mas convenhamos que é contraditório uma edição que tenha reunido tantas narrativas protagonizadas por mulheres, premiar justamente o único longa-metragem com um protagonista masculino. Claro, a cinebiografia do comediante é cativante e sensível ao relatar a vida do artista, no entanto, na mesma edição em que há apenas uma mulher diretora concorrendo na Mostra de Longas-Brasileiros com O Barulho da Noite, sendo o primeiro filme de Tocantins ser exibido em 51 anos de evento, o filme não levar nenhuma menção honrosa na premiação chega ser vergonhoso.

Se é um evento que estava exaltando a presença feminina nesta edição, por que isso não foi reconhecido na premiação?

Mas não vou provocar muito além disso, visto que também fiquei feliz com os Kikitos de Mussum – O Filmis. Um filme popular sendo valorizado em um festival de cinema, que normalmente é visto como um ambiente que prioriza produções conceituais e difíceis, é, de fato, uma novidade em ares serranos. Fora que foi emocionante ver uma equipe, em sua maioria com profissionais negros em cima do palco, que acompanha os discursos de Aílton Graça, Yuri Marçal e Silvio Guindane que relembraram as dificuldades, preconceitos e desconfianças alheias aos seus sonhos de se tornarem o que sempre queriam ser: artistas. Mas como o próprio Mussum ensina no filme não se pode desistir nunca dos seus sonhos até que eles se realizem. E muitos se realizaram em Gramado nessa última noite.

Confira a lista completa dos ganhadores do #51FCG:

Longas-metragens brasileiros
Melhor filme:
Mussum – O Filmis, de Silvio Guindane
Melhor direção: Petrus Cariry, por Mais Pesado é o Céu
Melhor ator: Aílton Graça, por Mussum – O Filmis
Melhor atriz: Vera Holtz, por Tia Virgínia
Melhor roteiro: Fábio Meira, por Tia Virgínia
Melhor fotografia: Petrus Cariry, por Mais Pesado é o Céu
Melhor montagem: Firmino Holanda e Petrus Cariry, por Mais Pesado é o Céu
Melhor trilha musical: Max de Castro, por Mussum – O Filmis
Melhor direção de arte: Ana Mara Abreu, por Tia Virgínia
Melhor atriz coadjuvante: Neusa Borges, por Mussum – O Filmis
Melhor ator coadjuvante: Yuri Marçal, Mussum – O Filmis
Melhor desenho de som: Rubem Valdés, por Tia Virgínia
Prêmio especial do júri: Ana Luiza Rios de Mais Pesado é o Céu
Menção honrosa: Vera Valdez, por Tia Virgínia
Menção Honrosa: Martin Macias Trujillo, por Mussum – O Filmis
Júri da Crítica: Tia Vírginia, de Fábio Meira
Júri Popular: Mussum, O Filmis, de Silvio Guindane

Prêmio SEDAC/IECINE de Longas-metragens Gaúchos
Melhor filme:
Hamlet, de Zeca Brito
Melhor direção: Zeca Brito, por Hamlet
Melhor ator: Fredericco Restori, por Hamlet
Melhor atriz: Carol Martins, por O Acidente
Melhor roteiro: Marcelo Ilha Bordin e Bruno Carboni, de O Acidente
Melhor fotografia: Bruno Polidoro, Joba Migliorin, Lívia Pasqual e Zeca Brito, por Hamlet
Melhor direção de arte: Richard Tavares, de O Acidente
Melhor montagem: Jardel Machado Hermes, de Hamlet
Melhor sesenho de som: Kiko Ferraz, Ricardo Costa e Cristian Vaz, por Céu Aberto
Melhor trilha musical: Rita Zart e Bruno Mad, por Céu Aberto
Júri popular: Sobreviventes do Pampa, de Rogério Rodrigues

Longas-metragens documentais
Melhor filme
: Anhangabaú, de Lufe Bollini

Curtas-metragens Brasileiros
Melhor desenho de som
: Kiko Ferraz, por Sabão Líquido
Melhor trilha musical: Mano Teko e Aquahertz, por Yãmî-Yah-Pá
Melhor direção de arte: Felipe Spooka e Jacksciene Guedes, por Casa de Bonecas
Melhor montagem: Luiza Garcia, por Camaco
Melhor roteiro: Fabiano Barros e Rafael Rogante, por Ela Mora Logo Ali
Melhor fotografia: Morzanel Iramari, por Mãri-Hi – A Árvore do Sonho
Melhor atriz: Agrael de Jesus, por Ela Mora Logo Ali
Melhor ator: Phillipe Coutinho, por Sabão Líquido
Prêmio especial do Júri: Mãri-Hi – A Árvore do Sonho
Menção honrosa: Cama Vazia, de Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet
Melhor curta Júri da Crítica: Camaco, de Breno Alvarenga
Melhor filme pelo Júri Popular: Ela Mora Logo Ali, de Fabiano Barros e Rafael Rogante
Melhor direção: Mariana Jaspe, por Deixa
Melhor filme: Remendo, de Roger Ghil
Prêmio Canal Brasil de Curtas: Yãmî-Yah-Pá, de Vladimir Seixas

Mostra de Filmes Universitários
Melhor filme:
Cabocolino, de João Marcelo.

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