O Jogo da Imitação

2382_307 2382 3357 640x940Durante a Segunda Guerra Mundial, o governo britânico monta uma equipe que tem por objetivo quebrar o Enigma, o famoso código que os alemães usavamm para enviar mensagens aos submarinos. Um de seus integrantes é Alan Turing, um matemático estritamente lógico e focado no trabalho, que tem problemas de relacionamento com praticamente todos à sua volta. Seu grande projeto é construir uma máquina que permita analisar todas as possibilidades de codificação do Enigma em apenas 18 horas, de forma que os ingleses conheçam as ordens enviadas antes que elas sejam executadas. Entretanto, para que o projeto dê certo, Turing terá que aprender a trabalhar em equipe e tem Joan Clarke sua grande incentivadora. Fonte: AdoroCinema

Mesmo tendo a Segunda Guerra Mundial como pano de fundo, O Jogo da Imitação talvez não seduza tanto aos fãs de filmes da temática por motivos de não ter nenhuma cena de batalha, sangue e violência. O rótulo de filme inglês cai perfeitamente aqui por ser sutil, comportadinho e sensível ao bastante para mexer com os nossos sentimentos. Principalmente por se tratar de um protagonista homossexual que sofre desde pequeno por ser diferente dos outros.

473743.jpg-r_640_600-b_1_D6D6D6-f_jpg-q_x-xxyx222xBenedict Cumberbatch faz o papel de Alan Turing. Um matemático que se prontifica a desvendar todos os códigos nazistas por ser um grande desafio para a sua vida. Mesmo não sendo convidado para a “festa”, Turing tem o mesmo espírito do cômico Sheldon Cooper (Jim Parsons) de The Big Bang Theory, só que sem as risadas no fundo, de que sou o melhor da equipe e vocês tem que me obedecerem pois estou sempre certo. Porém essa arrogância toda, mesmo fazendo jus ao seu ego e competência intelectual,socialmente falando e vivendo, ele é isolado e prefere a solidão há ter que se envolver com os demais por não sentir que eles estão no mesmo nível. Alan tem apenas Joan Clarke (Keira Knightley) a seu favor. Ela, que secretamente trabalha para Turing, representa a postura feminina da época: é mulher, então não é inteligente o suficiente para trabalhar com homens; é mulher, então tem que casar e ter filhos o mais cedo possível; é mulher, então tem que estar junto de outras mulheres, Deuzulivre ter amigos  do sexo oposto. Porém, com a ajuda de seu novo chefe e amigo, Joan consegue fazer mais pela sua vida do que ser uma dona de casa. Essa afinidade da dupla é o que move e deixa o filme com maior empatia para os que assistem.

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Infelizmente, existem momentos em que é preciso ter muita atenção, não por causa de diálogos ou pela condução da história, mas por demorar pra engrenar e nos fazer acordar. Pois o fato de tanto blá blá sobre uma máquina para desvendar os segredos de outra máquina, não é qualquer um que tenha paciência para tanto. O Jogo da Imitação, no final das contas, é um filme relevante, por se tratar de um fato histórico que teve que se manter por de baixo do tapete durante anos por ser um trabalho secreto do Governo e nessas coisas é bom não ficar mexendo muito. É sensível ao ponto de nos apresentar uma figura marcante como Alan Turing que realmente conseguiu salvar várias pessoas do horror da Segunda Guerra Mundial, usando apenas a mente como arma contra os nazistas. Claro, ao lado de sua equipe que tem que concordar que Turing é um gênio.  Entretanto, com outras grandes produções, e inclusive  com um conterrâneo A Teoria de Tudo do lado, o filme de Mike Tyldum ganha relativamente um destaque das produções da temporada por se tratar de uma biografia de um herói calado pelos mesmo que o consagraram. O protagonista que é uma incógnita e o típico esquisito que todos pedem ajuda quando mais precisam.

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O Jogo da Imitação veio como cumprição de tabela de descarrego de consciência ao fazer um filme retratando e explicando um outro lado da história inglesa e sua participação na Segunda Guerra, mas infelizmente em termos narrativos, não traz nada de novo. Temos flashbacks, uma relação interrompida na juventude, os momentos de bullying, a consagração profissional, a amizade que irá trazer a esperança pra continuar até o momento mais importante da história, lá quando você já não aguentar mais bocejar, é que finalmente a máquina e o filme irão funcionar. Como é um filme em que não há tanta ação, deixa o resto preguiçoso por não ter mais nada, além daquilo acontecendo (confuso não?) e por ser tão convencional acaba entediando quando o que mais se quer era se emocionar com algo além do óbvio.

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