
Carismático, energético e convicto. Assim que é Me Chama Que Eu Vou, documentário sobre a vida e a obra de Sidney Magal, uma figura tão emblemática que não há quem não reconheça a voz de quem evoca Meu Sangue Ferve Por Você ou Sandra Rosa Madalena, e seduziu milhares de fãs brasileiros nos anos 1970. Dirigido por Joana Mariani, o filme acompanha a trajetória de 50 anos do galã pela voz do próprio biografado que abre o jogo sobre o que levou ao universo da música, como nasceu a sua vaidade e como soube aproveitar a fama como poucos sem se perder pelo caminho.

Ao contrário da maioria das produções atuais, Me Chama Que Eu Vou não tem duração exaustiva, mas sustenta a narrativa no modo tradicional do gênero: mesclando arquivos pessoais, depoimentos e momentos musicais. No entanto, a edição feita por Eduardo Gripa, que inclusive, foi premiado pela sua montagem no Festival de Cinema de Gramado de 2020, entende perfeitamente a energia de Sidney Magal, mantendo os cortes e as animações perfeitamente dos momentos retratados, assim como constrói uma narrativa em que o bate-papo com o artista se torna próxima, natural e, acima de tudo, divertida. São poucas as pessoas que sabem falar com tanta sinceridade sobre a sua vida e se abrem sobre os pontos baixos da sua carreira.
Vaidade e família
E foi exatamente isso que me conquistou em Me Chama Que Eu Vou: a autoafirmação do cantor sobre a sua vaidade, a sua popularidade e as suas vontades. É muito interessante como Sidney sempre soube separar o artista da vida pessoal. Desde do início da carreira, o cantor revela que gostava da fama, da popularidade e que alimentava o seu personagem no palco com muito prazer. Afinal, era essa carreira que tinha escolhido e por isso daria tudo de si. Porém, também reconhece as derrotas com humildade e lamentação, como qualquer ser humano, contudo, ele mesmo confessa que se não era mais pra ser assim, estava feliz com o que havia feito.
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Após conquistar o que a fama podia lhe dar, Sidney formou a sua tão sonhada família, cheia de filhos e netos, sendo muito evidente como eles são a sua prioridade. Tanto que não pensou duas vezes em proporcionar a tranquilidade que os holofotes, na maioria das vezes, não permite. Claro, sem deixar a sua carreira de lado, em que nota-se a pura alegria de ser reconhecido até hoje pelos hits que todo mundo sabe cantar até hoje.
O filme Me Chama Que Eu Vou mostra o quanto Sidney se orgulha da sua trajetória, não tendo qualquer arrependimento ou vontade deixada para trás. É como se a música lhe trouxesse tudo o que sempre quis: o amor do povo e também os amores da sua vida.