
Com apenas 24 anos, a atriz e cineasta Vitória Vasconcellos já vislumbra uma vida dedicada a contar histórias no cinema. Nordestina, ela exibiu o seu mais recente trabalho, o curta-metragem Solum (EUA/BR) na última edição do CINE PE – Festival Audiovisual em Recife (PE), no qual recebeu o prêmio do Júri Popular De gênero fantástico, o curta reflete sobre o mundo particular que se desenvolve a partir da solidão, e até onde ele pode nos levar.
“Escrevi e dirigi Solum no meio da pandemia, quando tanto a morte quanto a solidão estavam mais próximas do que nunca. Passei a questionar quanto eu precisava da minha comunidade de amigos e família para ser eu mesma. E como a falta deles afetava minha existência e meu subconsciente. Por mais que tentamos esconder, a pandemia colocou em evidência: quem nos tornamos quando somos esquecidos no isolamento”, afirmou.
A produção de Solum foi o ponto de retomada da jovem aos sets ao lado dos colegas da USC School of Cinematic Arts. “Foi como se a gente tivesse retomado uma parte dormente do nosso espírito. Acima de tudo, foi uma reunião de amigos criativos contando uma história que pertencia a todos. Foi um processo fluido de colaboração constante”, relembrou.

“Mostrar um trabalho meu na minha cidade era um dos meus maiores sonhos A primeira vez que vi um curta que atuei e dirigi num cinema foi na França, mas mostrar um filme em casa é uma confirmação que o sonho é real. Ou pelo menos, está se tornando. Eu só tô começando a fazer filmes verdadeiramente brasileiros agora, e eu sempre vou torcer muito para que eles comecem ou terminem em Recife”, projetou.
E a produção não pode parar…
Além de Solum, a cineasta também assina a direção do curta Pathei Mathos (2020), projeto íntimo que foi baseado na experiência sensorial do estresse pós-traumático, que foi exibido em festivais estudantis e já coleciona prêmios pelo mundo. Também participou do desenvolvimento do Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF), onde ganhou um prêmio pelo o desenvolvimento do curta Sangra, Não Morre (Bleed, Don’t Die), uma coprodução EUA/Canadá.
“Foi minha primeira vez trabalhando com um orçamento um pouco maior, com apoio de organizações renomadas como TIFF. No momento, estamos mandando Sangra, Não Morre para festivais e eu estou desenvolvendo um curta-metragem em Recife chamado Beira-Mar, uma ficção que foca em como o urbanismo de segregação afeta e assombra as relações humanas na cidade”, contou.
Mas boa parte de 2023 Vitória vai se dedicar para a adaptação da peça Clarice e o Significado de Tudo para palcos brasileiros. “Tive o desafio e honra de interpretar Clarice Lispector numa peça que escrevi nos Estados Unidos em março de 2022, e agora a Portela Produções vai me ajudar a criar uma versão mais completa para o Brasil. Além disso, estou animada para atuar em projetos nos EUA e Canadá, trabalhando com novos diretores e me desafiando o máximo possível”, concluiu.
Solum Teaser CINE PE 2022 from Vitoria Vasconcellos on Vimeo.