
Saindo totalmente da minha zona de conforto, porque não sou fã de futebol e nem do Neymar, lá fui assistir a minissérie do jogador. Em apenas 3 episódios, com um pouco mais de 1 hora de duração cada, a produção narra a rápida ascensão do atleta, que desde da adolescência já despertava interesse de clubes europeus e conquistou tudo que um jogador de futebol poderia sonhar: dinheiro, contratos, fãs, namoradas, vagas na seleção brasileira e até mesmo ser pai. isso tudo, claro, acompanhado de críticas e cobranças, especialmente da mídia, sobre o jovem que não se cansa de dizer “que não liga para o que os outros pensam”. atitude que me incomoda pois o jogador enxerga isso como positivo, e que chegou onde está, por agir assim. Então, Neymar realmente não reflete sobre nada do que estão falando por aí? são sempre os outros que estão errados? calma aí né? humildade nunca fez mal a ninguém.
Neymar da Silva Santos, pai do jovem, talvez seja responsável por deixar que o filho, de 28 anos, mantenha a reputação de um eterno adolescente por não deixá-lo criar suas próprias asas, como diriam os mais velhos. projetando, claramente, a carreira que sempre sonhou no filho, ele não deixa de cuidar milimetricamente de tudo o que diz respeito à marca Neymar. O pai exagera na quantidade de vezes que fala da consolidação da imagem e da empresa que montou pensando no futuro do rapaz. Mas, ao mesmo tempo, diz que não vai permitir que o atleta se torne comentarista futuramente. ele acha que Neymar vai viver do quê quando se aposentar dos gramados? assim como é obsessivo pela imagem do jogador, Neymar pai ainda diz não “solta” mais o filho por conta de más influências, como se o próprio jogador não pudesse ter a capacidade de se cuidar sozinho sem se deixar levar pelos outros. Segundo o seu pai, pelo visto não.
Toda essa interpretação soma-se ao restante do material do documentário que explica os bastidores da carreira de Neymar, junto com depoimentos, em sua maioria de ex e atuais colegas do Barcelona e PSG, respectivamente, que relatam a experiência e o olhar de fora sobre a relevância do meia-atacante no futebol. É bem propaganda neste sentido? Sim, mas já era de se esperar, pois a narrativa sobre os altos e baixos, seguido de uma superação, é bem construída nesta minissérie. Não vou mentir que sabia de todas informações, só porque sou brasileira, pois não tenho interesse no esporte, mas O Caos Perfeito resume a jornada de Neymar como forma de registro de curiosidade tanto para o próprio quanto para outros jovens poderem se espelhar. Acredito que ele ainda precise ter mais capacidade de autorreflexão para poder entender tanta “perseguição” que sofre da imprensa e do público. especialmente por ter tantos fãs, que ainda estão em formação como pessoa, seria legal que pudesse ter mais consciência do que a sua imagem representa tanto dentro quanto fora de campo. Enquanto isso, ele ainda será visto e tratado como mais um guri.