
Manhãs de Setembro conta a história de Cassandra (Liniker), uma mulher trans que trabalha como motogirl em São Paulo e que tem na música sua maior força. Ela precisou abandonar sua cidade para realizar seu sonho de se tornar cover de Vanusa, cantora brasileira que fez sucesso nos anos 70. Após anos de muito sofrimento, Cassandra vive agora um momento de estabilidade: ela consegue alugar um apartamento só seu e descobre o amor na figura de Ivaldo (Thomas Aquino). Contudo, tudo se complica quando sua ex-namorada, Leide (Karine Telles), reaparece com um menino, Gersinho (Gustavo Coelho) que diz ser seu filho.
A solidão de Cassandra representa a realidade de uma mulher negra, transexual e pobre que já passou por muito preconceito dentro da nossa sociedade heteronormativa. Sem falar do passado, ela mantém o foco no futuro que pretende construir a partir das suas conquistas que, apesar das dificuldades, conseguiu tudo sozinha. Em meio a esta jornada, Cass encontrou o amor de um homem que não lhe nega afeto, mas que foge do compromisso. Quem nunca, né? Mas nada disso foi capaz de abalar a sua fortaleza pois, ela não passou por tudo que viveu para abaixar a cabeça para qualquer um que resolva bater de frente ou mexer com o seu coração.

Se alguns escolhem a sua família, Gersinho, prontamente, já adota Cassandra como sua parente. Ele nem se importa que seu pai não é a figura que esperava. A sua curiosidade logo se transforma em admiração. No entanto, Cass ainda precisa passar pela gestação do fato de ter um filho. Por isso é notável a repulsa de ter que lidar com uma criança justo quando estava conquistando a sua tão sonhada não dependência de alguém. Já Leide enxerga neste reencontro a oportunidade de aproveitar, brevemente, a sua liberdade e deixar de lado o papel de mãe que se desdobra em mil. A construção deste núcleo familiar não é fácil, mas encontra o seu jeitinho de ser.

Eu me apaixono muito fácil com a ficção. Seja no cinema ou em séries, a paixão por esta arte se justifica quando surgem produções como Manhãs de Setembro. Em cinco episódios, a série dirigida por Luís Pinheiro consegue transmitir tanto afeto, humanidade e compaixão que renovou as minhas esperanças, pois a série protagonizada por Liniker trata de questões sociais relevantes, mas sem perder a leveza de contar fragmentos que podem transformar o dia e, porque não, uma vida.
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Fiquei encantada pela série e mais do que isso, eu me senti aliviada com ela. Além de ser uma história sobre acolhimento e amadurecimento, Manhãs de Setembro não precisou recorrer às estatísticas da realidade de mulheres trans no Brasil, ela apenas se entregou a nós.
[…] melhores para Manhãs de Setembro do que afeto e acolhimento. Como eu já comentei lá na crítica da primeira temporada, a série protagonizada pela atriz e cantora Liniker é um exemplo de afetividade no audiovisual ao […]
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[…] há um consenso geral entre os envolvidos da série Manhãs de Setembro é a da profunda entrega dos atores para a segunda temporada da produção original da Amazon Prime […]
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