
Dirigido por Felipe Novaes, Chorão: Marginal Alado é um documentário que realmente precisava ser feito sobre uma das figuras mais emblemáticas e importantes do rock brasileiro dos anos 1990 e 2000. Chorão, de fato, teve uma vida intensa e sentiu a necessidade de fazer tudo para ontem. Sua mente criativa, sua ansiedade pela perfeição, sua sensibilidade aflorada e, também, a sua agressividade que vinha de lugar desconhecido, são pautas de todas as entrevistas do filme. Inclusive, o documentário traz uma conversa histórica com o baixista do Charlie Brown Jr, Champignon, dias antes da sua morte, no mesmo ano de partida do vocalista.

Chorão: Marginal Alado é rico em arquivos e depoimentos, e gosto como ele sabe “conversar” em um tempo conciso. No entanto, a falta de profundidade sobre o passado do cantor antes da fama deixa um vácuo que seria interessante preencher já que, por se tratar de um artista, entender da onde surgiu o gosto pela música, suas referências, assim como as dificuldades que o mesmo relatava em suas músicas, seria complementar para nossa interpretação sobre a pessoa que ele viria a se transformar. Mesmo que brevemente, os relatos desta época são superficiais e fica por isso.

O documentário se deleita sobre o período de grande sucesso de Chorão, que é exatamente aquele clichê de ascensão e queda de um rockstar. A partir daí, os espectadores podem ter compreensão sobre os problemas que causaram tanto o desmanche da formação original do Charlie Brown Jr quanto como o sonho do vocalista se tornou um fardo na sua vida. Mas, de novo, percebe-se também como há um “esquivo” de todo mundo quando se fala sobre o temperamento explosivo do cantor e como isso contrasta com seu lado mais amoroso, especialmente com a sua família.
Claro, ninguém quer manchar a reputação de alguém que já morreu, só que esta decisão também deixa pontas soltas no documentário. Mas reconheço que há passagens polêmicas que o diretor não deixou de compartilhar como o esporro que o Chorão dá no Champignon no meio de um show, que está disponível online, e um breve estresse com um produtor durante um evento. E ah, a relação dele com as drogas também é discutida, já que foi o estopim para a sua morte.
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Chorão: Marginal Alado é pura nostalgia e sentimento. Como todo documento biográfico, o filme é perfeito para o fã saudoso. Nele, é possível perceber como Chorão era um homem complexo, contraditório e frágil com tudo que levava o seu nome. Por isso, ele sempre foi atencioso com os seus seguidores, se importava em prover o trabalho para seus funcionários, se preocupava com a essência e a técnica da banda, enfim, um conjunto de responsabilidades que, em algum ponto, deixou de ser um prazer para Alexandre Magno Abrão.
[…] recentemente em que, o protagonista, parece seguir os mesmos passos para a sua derrocada. Em Chorão: Marginal Alado, Chorão sentiu de perto, por muito tempo, a pressão de manter o sucesso e o ritmo de trabalho da […]
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