Eu fui uma das entusiasmadas com a presença da Karol Conká no Big Brother Brasil 21. Sou fã da rapper desde que escutei Tombei pela primeira vez. Até já a entrevistei uma vez para o jornal para o qual trabalho e fiquei feliz conforme acompanhava a evolução da sua carreira. No entanto, me decepcionei com ela ao assistir o seu comportamento dentro do programa, que beirava ao delirante e abusivo. Ainda mais por saber que estas atitudes se repetiram com outras pessoas aqui fora. Me desencantei, sabe?

Em A Vida Depois do Tombo, disponível na Globoplay, a Karol Conká dá a sua versão da história e, até mesmo ela, se choca com a sua maneira no reality show, da onde foi eliminada com a maior rejeição do BBB. Desde o início, ela admite os seus erros, pede perdão, relembra seu passado pessoal e profissional e, ao longo dos quatro episódios da série documental, repete o mesmo processo. Aí você se pergunta: onde isto quer chegar?

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O projeto quer tratar a crise de imagem da cantora, mas todos os debates são superficiais, especialmente a tão temida “cultura do cancelamento”, que poderia render alguma coisa, apenas é citada com a reprodução de comentários maldosos feitos online. Karol toda hora se justifica pelas suas atitudes, mas não faz uma autocrítica em relação a isso, apenas fala o que já foi dito em entrevistas pós-BBB. De fato, não há nada de novo. O que comove mais são os depoimentos de Ana e Jorge, mãe e filho da cantora, que sofreram os respingos do ódio na internet.

No geral, A Vida Depois do Tombo foi totalmente precipitado. Acredito que o tempo possa resolver a questão da popularidade de Karol, e eu torço para que sim, pois ainda a acho uma baita artista, e não um documentário feito às pressas, por pura intenção comercial por parte da Globo e que não acrescenta em nada.