Druk – Mais Uma Rodada é daqueles filmes que fazem total sentido para mim. Também já percebi que com a inserção do álcool no meu corpo muitas coisas ficam mais fáceis e divertidas. A inibição vai perdendo a vez e uma versão mais simpática, mais corajosa e até mais sincera minha vai surgindo. Mas é um dos efeitos que a bebida alcoólica faz com a gente desde que o mundo é mundo, não é mesmo?

E é bem isso que acontece neste filme de Thomas Vinterberg, que entre os indicados a melhor direção no Oscar é o meu favorito para levar o prêmio. Em Druk, o diretor deixa de lado qualquer moralismo ou didatismo em relação ao consumo alcoólico, pois, afinal, somos todos adultos e já temos consciência do que o excesso faz em nosso organismo, e joga os quatro amigos fadados ao conformismo de suas vidas, e também a crise de meia-idade, em um experimento etílico.

Contudo, é importante ressaltar como Druk também não romantiza o alcoolismo em nenhuma das esferas que atinge cada personagem. Pelo contrário, o filme deixa bem claro os dois lados da moeda de quando essa teoria de que o quarteto seria mais feliz e bem-sucedido inserindo uma dose de álcool todos os dias acaba fugindo do controle. Afinal, aquela sensação de euforia também vira um vício. E aí, como se lida com um vício?

Druk – Mais Uma Rodada chega bem em sincronia em meio a uma pandemia, onde o tédio, a apatia, a perda de identidade e a falta de vontade é o que mais nos sonda no momento. Assim como é a premissa de Martin (Mads Mikkelsen) na trama. E tudo o que mais a gente agora quer é ter a mesma sensação de “infinito” que Mikkelsen tem em seu desfecho poético e libertário.

Druk – Mais Uma Rodada está disponível para aluguel e compra no Google Play e AppleTv, e no Streaming da Net Now.