
Se uma moda que não vai sair tão cedo das tendências são as sequências de filmes, especialmente dos clássicos. Eddie Murphy demorou um pouco mais de 30 anos para dar continuidade a trajetória do Príncipe Akeem nas telas, e agora, com Um Príncipe em Nova York 2, ele soube aproveitar a influência que Wakanda deixou e desta vez, resolveu nos deixar muito mais ambientado em Zamunda do que na Big Apple. Foi uma escolha muito boa, dada a importância da valorização da negritude cada mais presente.
Um Príncipe em Nova York 2 não é perfeito. Mas que eu vou passar o pano? Óbvio que vou. Assim como a maioria das sequências que têm sido feitas, o filme dirigido por Craig Brewer e escrito por Kenya Barris (Black-ish e BlackAF) resgata personagens, costumes e referências do original, além de ser recheado de convidados especiais que são ícones da cultura pop negra. O que foi uma sacada muito divertida.
No entanto, a falta de criatividade na trama, já que repete a mesma fórmula do primeiro, pode deixar a narrativa sem tanta empolgação, fora que se apressa em alguns pontos essenciais, o desenvolvimento pessoal de Lavelle (Jermaine Fowler), especialmente em seu interesse amoroso dentro da história. E também ao tentar inserir o empoderamento feminino, o filme deixa a desejar, já que recorre a este tema só para tapar buraco, ao invés de ser aprofundar e realmente fazer a diferença no reino de Zamunda, desde do início com as suas filhas, já que agora o Rei Akeem tem este poder de decretar mudanças em suas tradições.
Um destaque para lá de positivo em Um Príncipe em NY 2 é a entrega de Wesley Snipes no seu papel do General Izzi, onde ele realmente se joga no humor pastelão que o seu personagem permite. Assim como a volta dos barbeiros para lá de escrachados e a sua nova “politicagem” na hora de tirar graça dos outros, e a inserção de Leslie Jones como a mãezona do novo príncipe.
De fato, Um Príncipe em Nova York 2 não traz nada de novo, mas se é para ter um entretenimento, que seja no jeitinho Eddie Murphy de ser.