
Eu Me Importo, escrito e dirigido por J Blakeson, já nasceu com a expectativa lá no alto. Rosamund Pike volta elegantemente como a personagem de caráter duvidoso, que facilmente se direcionada ao vilanismo como a Marla Grayson, uma renomada guardiã legal que gosta de lidar com pessoas idosas e ricas. Às custas deles, ela leva uma confortável vida de luxo ao lado de sua namorada, Fran (Eiza Gonzales). Quando Marla pensa ter encontrado uma nova vítima perfeita, descobre que a mesma guarda segredos perigosos. Com base nisso, ela vai ter que usar toda sua astúcia se quiser continuar viva.
Por mais curioso que a trama possa parecer, Eu Me Importo transita em diferentes curvas ao longo da sua narrativa. Se o início chega a ser empolgante pelas manobras e confiança que Marla exala, já pela metade, você começa a trilhar por uma corrida de pega-pega incansável entre dois gênios do crime, para chegar no final, e ficar com aquele gostinho moralista de que a vida age de maneiras peculiares. Mas é exatamente esta troca de climas que desequilibra a história e, pior, provoca esta “rinha de ladrões” só para mostrar quem é o mais foda e fica por isso mesmo.
Rosamund Pike ganhou o mundo em Garota Exemplar, por isso era muito fácil colocá-la novamente em uma posição de uma personagem que faz de tudo para sobreviver só para repetir o sucesso. Mas, apesar de admirar a belíssima atuação, que realmente mostra a frieza dela em ter que se virar neste sistema capitalista, onde sempre querer mais é o melhor status, sem nenhum arrependimento, eu fico com o pé atrás de vê-la marcada só por este tipo de papel, fora que o filme distorce muito o empoderamento feminino. Eu Me Importo chama atenção? Chama, mas também acredito que sempre rolar aquela famosa comparação com a expectativa de superação.