Os meus filmes preferidos de 2020

No dia que o Cinema completa 125 anos de existência, nada mais justo do que começar os melhores do ano com os cinco filmes que mais gostei neste 2020 terrível, marcado pela pandemia. Um ano que, infelizmente, ficará para sempre em nossas memórias, especialmente no que diz respeito ao Cinema.

Ficamos sem conferir muitas estreias esperadas nas salas para assisti-las, pelo menos algumas, no conforto da nossa casa. Também marcou a inserção cada vez mais intensa das plataformas de streamings como forma de consumo e, claro, que algumas empresas já enxergam a oportunidade de torná-las mais uma janela exibidora tão importante quanto às tradicionais salas de Cinema. Enfim, todo dia um debate novo, mas importante ficar de olho.

Sobre o meu Top 5 de filmes, o critério vai mais pelos meus sentimentos em relação a obra do que querer ser uma lista pretensiosa, assim como ao ano em que o longa em si foi lançado em alguma plataforma de streaming. Então vamos lá:

5º The 40-Year-Old Version

O primeiro filme de Radha Blank é outro que parte da criatividade e originalidade para contar a história de uma mulher negra de 40 anos que busca o seu reconhecimento profissional e artístico em um ambiente dominado por brancos. Além de ser perfeito tecnicamente e esteticamente, o roteiro usa do humor e da crítica para tratar das complexidades da protagonista que revive seu lado rapper em um momento de crise.

4ª Hamilton: An American Musical

Eu não fazia ideia da existência desse musical da Broadway até assistir ao trailer. No momento em que assisti a peça escrita e protagonizada por Lin Manuel Miranda, eu nunca mais larguei. Até hoje, acho impossível descrever o fenômeno que é Hamilton e por que dele ser tão celebrado, mas a verdade é que a ousadia do criador em tornar a história de um imigrante caribenho que se tornou Secretário do Tesouro dos EUA em um musical de hip hop, interpretado por um elenco não branco, já fala por si só.

3º Emicida: AmarElo – É Tudo Para Ontem

Emicida é outro que partiu da oportunidade de estar na Netflix e trazer a história e cultura negra brasileira às telas das nossas casas. Muito mais que um show do seu último álbum, que é um dos melhores dos últimos tempos, o registro passeia pela sua trajetória que só foi possível graças a luta de artistas, intelectuais e militantes negros que vieram antes dele. Então, ao mesmo tempo que ele conta a sua jornada, o cantor também conta a jornada da negritude brasileira.

2º Black Is King

É o maior exemplo de como recriar uma obra original sem tirar a essência e ainda complementar com a realidade. Além de dar um banho na refilmagem de O Rei Leão da Disney, este especial da Beyoncé traz a importância da exaltação e valorização da negritude, desde a sua ancestralidade até aos dias atuais. A cantora usou do seu alcance mundial para levar adiante a história e beleza dos negros. Isso que se chama Artista.

1º Destacamento Blood

O diretor Spike Lee traz à tona a voz e a percepção dos negros em relação a Guerra do Vietnã. Tão importante quanto ouvir esse lado da história é a chance de colocar para fora tudo o que estava reprimido por parte da população negra que lutou em uma batalha que não lhe dizia respeito, de um país que sempre a maltratou. Filme grandioso e com uma das últimas atuações de Chadwick Boseman, que simboliza toda uma luta.

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