
E a melhor época do ano está chegando ao fim. A temporada de premiações do cinema é a minha Copa do Mundo, meu Carnaval e o meu Natal. Como eu estou de férias e com pouco tempo, os comentários dos indicados a Melhor Filme do Oscar 2020 serão, desta vez, reduzidos, mas objetivos. Até porque muito já se discutiu sobre as produções neste início de ano e não quero ser redundante. Então vamos lá?
Parasita

Começando com os meus favoritos da temporada: Parasita, Coringa e Adoráveis Mulheres. O filme de Bong Joon Ho fez história em Hollywood. Não só se tornou o primeiro longa sul-coreano a ser indicado a Melhor Filme Internacional e Melhor Filme no Oscar, mas a produção já venceu os principais prêmios dos Sindicatos de Atores, Montadores, Roteiristas e Direção de Arte. Tudo isso se deve a originalidade de Parasita e o talento de Bong Joon Ho que construiu uma obra cinematográfica com críticas sociais que se transforma em um entretenimento e termina de forma surpreendente. O segredo é: quando menos você souber, melhor será a sua experiência com Parasita.
E por se tratar de uma ficção próxima de uma realidade mundial, Bong Joon Ho provoca uma empatia instantânea por estes pobres personagens que só querem garantir o seu. A história ainda é sagaz na representação irônica da elite através da família Parker que se mostra alheia ao que acontece além da sua bolha e da pouca humanidade que transmitem. Parasita é daqueles filmes que precisa ser visto, não só pelo conjunto da obra, mas para compreender ainda mais a realidade de quem a gente não enxerga.
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Coringa

Assim como Parasita, Coringa também aborda a vulnerabilidade social em sua história. Porém, o diretor Todd Phillips comanda este filme com uma intensidade que desperta sensações assustadoras. A falta de assistência social e emocional que Arthur Fleck/Coringa sofreu ao longo da sua vida lhe transformou no vilão que a sociedade não se dá conta que criou. E nem digo que o filme justifica as ações do protagonista, mas traz uma percepção coerente das consequências que despertaram o Coringa dentro daquele ser humano que, até então, era pisoteado por todos. Agora se isto o torna ou não um vilão, vai do julgamento de cada um.
Joaquin Phoenix é o responsável pela trama ser tão impactante. A sua atuação como Arthur Fleck/Coringa pode ser considerada imortal tamanha dedicação e perturbação que seria impossível repeti-la. Coringa merecia muito mais reconhecimento que fosse além da interpretação de Phoenix. Especialmente por sair da caixinha de filme de super-herói e não entregar absolutamente nada do que se espera.
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Adoráveis Mulheres

E para finalizar esta primeira parte da Maratona Oscar 2020, Adoráveis Mulheres completa o meu top 3. Não só por ser dirigido por uma das minhas cineastas favoritas, o longa deu um frescor aos que os fãs do gênero romance tanto esperavam. Especialmente para nós, mulheres, carentes de uma história que possa nos representar e trazer novas reflexões sobre o nosso papel na sociedade. Conto mais do que achei do filme de Greta Gerwig, ignorada injustamente ao Oscar de Melhor Direção, neste post aqui.