
Voltando depois de uma longa pausa no Cine Looou, estou de volta com uma lista com rápidos comentários sobre os últimos filmes inéditos que assisti entre os meses de março e abril. Escrevi em ordem de preferência. Começando com um blockbuster que merece ser visto por todos, especialmente entre as meninas, até o último filme do post do qual não espero assistir novamente tão cedo. Bora lá?
Capitã Marvel: Desta última seleção de filmes que assisti, Capitã Marvel é a minha preferida disparada. A estreia da super-heroína da Marvel entendeu os tempos que estamos vivendo e conseguiu transparecer todo o diálogo de empoderamento e independência feminina da atualidade. O grande momento do filme está, exatamente, quando a protagonista encontra forças no único lugar possível: dentro de si. E o mais incrível é que o longa da dupla Anna Boden e Ryan Fleck fugiu dos esterótipos possíveis e entregaram uma história boa, divertida, emocionante e animada. Além de que Brie Larson superou todas as expectativas que tinha e já é a minha vingadora favorita. Junto com Pantera Negra, Capitã Marvel é a prova de que representatividade importa. Se enxergar na tela importa. E quando vem com respeito junto, é só amores.

Nós: Depois de Corra, a expectativa para o novo filme de Jordan Peele, que parece estar se especializando no gênero Suspense/Terror, era grande. Sucessivamente, Nós surpreende tanto pela trama quanto pela atuação de Lupita Nyong’o. A atriz é a alma desse filme e é visível a dedicação em cima deste trabalho complexo. Nós pode ter o clássico tempero do suspense, mas o que assusta mesmo é o nó que ele dá na cabeça pós-sessão. E isso é incrível!

Border: O longa de Ali Abbasi tem todos os elementos para ser considerado esquisito e arrancar narizes torcidos dos mais puritanos. No entanto, Border fala muito sobre identidade, gênero e o ser humano. Eva Melander dá vida a Tina, uma policial da alfândega que se sente deslocada socialmente devido ao seu físico grotesco, para ser mais exata. Com ele, a personagem conhece a sua origem e entende que ser diferente, é ser especial entre os outros. Afinal, ela possui características únicas. E por causa disso, Tina se liberta de tentar se encaixar no mundo dos outros e passa a ter mais consciência e prazer em ser o que é. No entanto, tudo isso ocorre depois de alguns contratempos e revelações, este filme é cheio deles, que acontecem ao seu redor. O filme vale muito a pena.

Boy Erased – Uma Verdade Anulada: O filme de Joel Edgerton tem uma temática polêmica, que é sobre a cura gay que ainda insistem em pregar, e o diretor sabe conduzi-la de forma equilibrada entre o emocional e o racional. Com Nicole Kidman, Russell Crowe e Lucas Hedges no elenco, Boy Erased trata de uma história complicada e para os mais sensíveis, é possível arrancar lágrimas e incredulidade com o que estes tratamentos são capazes de fazer com um ser humano. É fácil ter empatia com esta história, especialmente pela aproximação que o jovem tem com os pais, como os fatos são narrados, e como as violências são retratadas. A escolha do diretor por uma narrativa clássica e até com diálogos mais do mesmo, pode irritar alguns, mas é compreensível por não dar tanta ousadia a uma história que choca por si só.

Querido Menino: A união entre Timothée Chalamet e Steve Carell não poderia acontecer em qualquer filme. Com direção de Felix Van Groeningen, o mesmo do terrivelmente maravilhoso Alabama Monroe, o foco aqui é sobre o vício nas drogas e a batalha pela sobriedade. A dramaticidade que a dupla de atores imprime na tela é devastadora. Se o personagem de Timothée sofre mais fisicamente, e com isso é mais explícito para o público, Steve consegue dizer tanto apenas com o olhar, com o tom das palavras e com o sentimento esperançoso de um pai. No entanto, a única coisa que me incomoda em Querido Menino é não conseguir abraçar tanto são as causas que levaram Nic (Timothée) a ser viciar em metanfetamina, especialmente aos privilégios materiais e familiares que possui. Entendo que cada um possui suas batalhas internas, mas enfim…

Vox Lux – O Preço da Fama: O filme de Brady Corbet foi o maior desperdício de tempo que tive. Se tem algo que eu gosto é de histórias com músicas e quando envolvem uma pop star fictícia cheia de brilho, meu coração ferve. Mas, infelizmente, este drama musical estrelado e produzido por Natalie Portman não possui objetivos, forças e muito menos simpatia. A primeira parte do longa é bem construída, tem um clima nostálgico e sabe usar fatos da realidade a seu favor. Porém, o seu desenvolvimento não empolga e perde a química vista anteriormente. Vox Lux perde-se em clichês sobre ego de artistas, críticas óbvias sobre a indústria da música e dramas entre famílias. Uma pena. Queria muito gostar deste filme. O look de Natalie Portman no show final é de chorar.