My Name Is Now, Elza Soares é a resistência feminina em forma de arte

Resistência. Esta é a principal palavra que formenta o documentário My Name Is Now, Elza Soares, de Elisabete Martins Campos, que estreia nas salas de Porto Alegre nesta quinta-feira. O filme está em cartaz nos cinemas brasileiros através do projeto Circulabit – Circuito Laboratorial de Produção e Difusão do Audiovisual em multiplataformas que iniciou em outubro e segue até 2019 com programação no Brasil e em Portugal em diferentes formatos, plataformas e parcerias. Na Capital gaúcha, o longa encontra-se no Espaço Itaú de Cinema no Bourbon Shopping Country (avenida Tulio de Rose, 80).

Elisabete começou o projeto em 2008, após conhecer e entrevistar a cantora carioca, e decidiu que gostaria de aprofundar-se na história desta protagonista que lhe conquistou. “Fiquei encantada quando conheci Elza durante uma entrevista.” O projeto é o seu primeiro longa-metragem na carreira e iniciou de forma solitária, com a própria diretora assumindo a direção de fotografia, arte, roteiro e entre outras funções. Só em 2012 conseguiu contar com uma equipe maior, mas sempre de forma independente. Segundo Elisabete, a ideia era continuar com esta “independência” para ter liberdade e também ter o prazer de experimentar o conteúdo que produzia. Ela revelou que o filme só começou a ganhar forma depois de quase quatro anos de filmagens quando o assistiu pela primeira vez e percebeu que ainda não tinha o trabalho que desejava.

O grande diferencial de My Name Is Now, Elza Soares é a narrativa nada convencional de um documentário. A diretora propõe um uma exibição sensorial ao transformar a história de Elza em poesia com os diversos elementos que tem em mãos. Fotos, vídeos, músicas e imagens de arquivos são utilizados para que o público possa tirar a sua própria conclusão da obra. Principalmente da obra que é Elza Soares. Elisabete contou que a aproximação com a cantora lhe fez a enxergar com outros olhos após o término das filmagens. Para a realizadora, Elza é um retrato brasileiro. Da força extraída de uma mulher, negra, pobre e da periferia que além das dificuldades, ela continua em pé. “Quando ela casou com Mané Garrincha, ela consumou o casamento entre o samba e futebol”, contou.

My Name Is Now, Elza Soares conversa com o público e reflete uma história de luta, força e resistência. A tela é o espelho de Elza que reflete a sua vida e arte com frases que são o cabeçalho do momento que se absorve. Ela relembra a sua trajetória com dor, através de uma voz inconfundível de quem sobreviveu ao fim do mundo e voltou para contar.

Nota: ★★★

• Texto escrito originalmente para o site do Correio do Povo

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