
- Matéria escrita para o site do Correio do Povo em agosto de 2018
Exibido nessa terça-feira no 46º Festival de Cinema de Gramado, Simonal tem a responsabilidade de resgatar a imagem de uma figura ímpar do cenário musical brasileiro. O baiano Fabrício Boliveira interpretou Wilson Simonal (1938-200) e teve a oportunidade de explorar diversos tópicos desta história.
“Eu não queria reproduzir e nem imitar o Simonal. Eu queria mostrar sensações que ninguém viu e me misturei nele. Eu quis dar um pouco de forma e entender o conteúdo deste cara, me desfocar para essa época”, afirmou.
Segundo Boliveira, o longa de Leonardo Gonçalves dialoga com temas contemporâneos como racismo, fake news e a ditadura militar. “É importante discutir estes assuntos e apontar os erros que aconteceram na época. Wilson teve uma vida ceifada e o que aconteceu com ele reverbera até hoje. É necessário este filme discutir estas questões que não foram resolvidas”, contou.
Em Simonal, Caco Ciocler é Santana, que integra o Departamento de Ordem Política e Social (Dops), e faz parte deste momento mais denso no filme. O ator, inclusivo, comentou que precisou mesclar dois humores na criação deste personagem.
“Esse cara chegou neste lugar por algum motivo. Ele não é o cara que bate, mas manda bater. A gente teve a preocupação de criar um cara inteligente e sedutor que soube envolver o Simonal numa situação delicada”, disse.