Não é de hoje que eu me acostumei a estar sempre assistindo algum programa durante o meu horário de almoço. Tive uma infância solitária e para não ficar no total silêncio da minha casa, enquanto minha mãe trabalhava, sempre estive acompanhada de uma televisão por perto. Logo este costume cresceu junto comigo e pelo menos, até o dia de hoje, eu gosto de assistir alguma coisa enquanto estou tendo o momento feliz da tarde. E graças à Netflix, tem muito seriado delicinha para se divertir nesta hora do dia, que às vezes tende a ser rápido, antes de voltar a encarar a vida lá fora. Trouxe alguns dos meus seriados favoritos para compartilhar caso você aí que está passando o olho no meu blog esteja procurando alguma coisa diferente e rápida para assistir seja na hora do almoço ou em qualquer outra hora do seu dia.
Brooklyn Nine-Nine
A série foi ganhadora do Globo de Ouro de 2014 e retrata o cotidiano em uma delegacia de polícia. Os personagens são a alma do lugar e cada um carrega uma identidade singular e que é de fácil comparação a algum colega seu no trabalho. Jack Peralta (Andy Samberg) é o protagonista da série e a principal cola entre seus colegas do esquadrão. Ele é o típico piadista e tagarela da turma, porém eficiente no trabalho. Logo viu no Capitão Holt (Andre Braugher) a figura paterna que nunca teve e aí nasce o desafio de encarar a chegada do seu novo chefe como amadurecimento tanto pessoal quanto profissionalmente. Esta união entre os dois personagens é cômica, mas ao mesmo tempo carrega um significado importante para alguém que precisa de uma referência e também para quem precisa repassar as suas experiências adiante.
A série, no geral, tem esta troca entre os demais personagens, e mesmo com o tom debochado da história, nenhum episódio desperdiça o tempo e sempre traz a sensação de ter passado um momento entre amigos. Brooklyn Nine-Nine ainda conta com gente incrível como Terry Crews, interpretando sargento fisiculturista que é um amorzinho, Melissa Fumero e Stephanie Beatriz trazendo a representatividade latina e feminina dentro da polícia, e Chelsea Peretti e seu humor peculiar que ninguém mais neste mundo poderia substituir ou superar. A série foi renovada para sexta temporada e deve estrear só em 2019.
Unbreakable Kimmy Schmidt
Eu não faço a mínima ideia de como fui parar nesta série, até porque a sinopse não me foi nenhum um pouco atraente. Kimmy Schmidt (Ellie Kemper) foi sequestrada quando tinha 15 anos e viveu até aos 30 aprisionada por um pastor em um cativeiro com mais três mulheres. Quando foi libertada, ela tem que reaprender a socializar com o mundo e recuperar o que perdeu nos últimos anos. A história é temperada com muito humor sarcástico devido as tragédias que Kimmy viveu, e ainda viverá dentro da série, mas ao mesmo tempo traz a positividade que a segurou na sua época de prisioneira. O fato do programa querer meter o dedo na ferida dos traumas de Kimmy é uma maneira de ajudá-la a superá-los. E para isso, ela vai contar com muitas pessoas que vão querer se aproveitar da situação, mas a ingenuidade da moça vai fazê-los mudar de ideia.
Começando com Titus Andromedon (Tituss Burguess), um ator desempregado que busca o sucesso e trabalho à sua maneira. Ele recebe Kimmy em sua casa após ver nela a possibilidade de um retorno financeiro, mas graças ao destino, os dois criam uma querida amizade. Neste meio, surgem Jaqueline White (Jane Krakowski), uma socialite que se divorcia e tenta manter as aparências e Lillian Kaushtupper (Carol Kane), uma velhinha muito doida, mas que sabe ser útil na história. No geral, Unbreakable Kimmy Schimdt trouxe debates atuais, principalmente no que remete ao machismo e abusos, e que sabe usar o humor afiado para cutucar diversas situações dentro da nossa sociedade. A série sabe ri de si mesma e faz com que a vida não pareça tão dura lá fora. O programa estreou a sua última temporada no Netflix e a dividiu em duas partes. A primeira já está disponível e a segunda chega na plataforma em janeiro de 2019.
Chewing Gun
A série chamou a minha atenção no momento em que vi uma imagem da personagem Tracey (Michaela Coel) rezando para um pôster da Beyoncé. O programa surgiu na época que a Netflix ainda engatinhava nas suas produções originais. Então a criatividade borbulhava a mil naquela época. Mas enfim, a história é narrada pela jovem cristã Tracey, que aos 24 anos decidiu perder a sua virgindade a qualquer custo com o seu noivo Ronald (John McMillan), que a enrola há seis anos e nem ao menos um beijo eles tiveram. Claro, tudo isto é mantido a aparências visto que a menina vive em uma comunidade pobre de Londres e a sua mãe (Shola Adewusi) é uma fervorosa religiosa que quer manter as filhas longe das tentações do diabo.
O maior charme de Chewing Gun é a imprevisibilidade que a história nos oferece com a diversidade de personagens inseridos. Além dos absurdos que Tracey se envolve. Ela quer fugir da moralidade que a sua mãe prega e quer descobrir os prazeres que a vida pode lhe proporcionar fora das páginas da bíblia. É fofo o modo como a personagem trata a sua família, mas reconhece que aquilo não a faz feliz e que precisa batalhar sozinha pelos seus objetivos. A série traz reflexões sobre a descoberta da sexualidade, mas não torna isto vulgar ou didático. Na real, torna tudo divertido e sem vergonha. Escrito pela própria Michaela, o roteiro é esperto para fugir da obviedade e traz o tema em diferentes formas para lidar com uma boa dose de ironia. Além de abordar outros assuntos como a desigualdade social, machismo e questões étnicos-raciais. Infelizmente, Chewing tem apenas duas temporadas e não há esperanças para uma terceira tão cedo.
Bojack Horseman
A série não é muito delicinha para os fãs de comédias fáceis. O programa é um extra nesta lista se você curte um dramédia que seria a melhor definição do que é Bojack Horseman. A animação retrata Hollywood repleta de humanos e animais antropomórficos vivendo lado a lado. Entre eles, está o famoso ator dos anos 1990 Bojack Horseman (dublado por Will Arnett) que tenta voltar a relevância social ao contratar a jovem Diane (Alison Brie) para ser a sua ghostwritter em uma biografia. Enquanto relembra a sua trajetória, ele tenta voltar aos holofotes com a ajuda da sua agente Princesa Caroline (Amy Sedaris) e sobrecarrega o amigo Todd (Aaron Paul) com seus dramas e tarefas.
O cenário é composto por celebridades decadentes e personalidades que enxergam qualquer oportunidade como lucro. A série é repleta de críticas sobre o universo fútil dos famosos e seus egos carentes, mas também abre espaço para mexer com o vazio existencial que assombra estes ícones. Como é uma animação sobre personagens meio-humanos e meio-animais, dificilmente vai querer sensibilizar o público com estas reflexões, mas é possível te deixar abalado.
O programa só evoluiu ao longo das suas quatro temporadas. E mesmo sendo algo para não ser levado a sério, ele consegue manter uma narrativa que aborda questões como depressão, dependência química, solidão e problemas familiares – só para citar algumas – em um nível maduro. Claro, mantendo o humor sarcástico e bem sem noção, a história tem uma carga dramática e realística devido a proximidade íntima que acontecem em muitas situações. Mesmo sendo ambientado em uma Hollywood egoísta e falida, é possível encaixar Bojack Horseman em nossa vida. A quinta temporada estreia em agosto na Netflix.
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