Minhas mães no cinema: Susan Sarandon em A Intrometida

A maternidade, para mim, é muito mais que uma escolha, é um dom. E é tão perceptível enxergar esta vocação em algumas pessoas, enquanto que em outras, é perfeitamente normal isto não acontecer. Em A Intrometida (2015), Susan Sarandon é Marnie, uma mãe que reencontra a sua independência após a morte do marido e ao mesmo tempo que tenta participar mais ativamente na vida da filha Lori (Rose Byrne), uma roteirista recém-separada do marido. Então Marnie é aquela mãe super-protetora que quer saber tudo da vida da filha, quer ajudar em tudo na casa, quer ir onde a filha for, enfim, basicamente a nossa mãe. E uma das coisas que mais gosto no filme é como ele retratou bem este sentimento que as mães têm sobre seus filhos e também de como é importante reafirmar a vida, mesmo depois dos seus 60 ou 70 anos. Afinal, Marnie nunca deixou de ser mulher, amiga, namorada, cliente, curiosa. Ela nunca deixou de ser gente. E por mais que a maternidade e um casamento tomem boa parte da vida de uma mulher, é essencial tomar conta de si. E foi isso que ela foi fazer. Eu adoro a espontaneidade e a curiosidade que a personagem transmite ao começar esta nova rotina depois de ficar viúva. Mostrando que a vida tem que continuar, mesmo que tenha perdido um grande companheiro, a gente sempre tem que agradecer pelos bons momentos que tivemos com alguém. No filme, Marnie também demonstra a saudade que tem do marido, porém isto não é algo que a desmonte, apenas a fortalece. O que a deixa com mais vontade de viver.

A Intrometida também mostra um lado mais cômico de uma mãe se encaixando nestes tempos modernos. A gente já é tão acostumado a julgar as nossas mães como “as que não nos entendem” por um milhão de razões, mas esquecemos que elas também já estiveram, em algum momento, no mesmo lugar ou situação que nós. E tampouco sabemos o que podemos estar perdendo sem uma presença destas do nosso lado. Marnie manda recados em áudios para o crush enquanto está bêbada, come feito uma condenada quando está com larica e até faz aquela amiga que compra testes de gravidez porque a outra está com vergonha. Assim como ela se influencia com músicas contemporâneas como Beyoncé para enaltecer ainda mais a sua vida. Impossível não ficar tocada quando a música I Was Here está no fundo e Marnie vai declamando a letra e tomando isso como objetivo para si. Como uma mulher, filha, menina, mãe, a personagem é um exemplo de que é sempre bom recomeçar. Por fim, são vários caminhos que o filme percorre para mostrar esta delícia que é ser mãe. E por mais que eu não tenha este instinto natural, gosto muito de poder vê-las sempre em ação.

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