La La Land – Cantando Estações ★★★★★

lalalandDireção e Roteiro: Damien Chazelle | Elenco: Emma Stone, Ryan Gosling, John Legend, J.K. Simmons, Rosemarie DeWitt, Callie Hernandez, Jessica Rothe e Finn Wittrock | Gênero: Musical | Nacionalidade: Estados Unidos | Duração: 2h08min

O gênero musical sempre será o meu preferido. Afinal, a vida não só fica melhor com música, mas como ela faz muito mais sentido quando entoada pela voz de alguém. La La Land – Cantando Estações explica o motivo de nós, fãs de musicais, sermos tão apaixonados pelo cinema. O longa do perfeccionista Damien Chazelle é mais do que uma homenagem a sétima arte, é uma renovação do gênero musical. La La Land consegue unir o clássico da época de ouro de Hollywood com uma nova forma narrativa de embalar histórias. Isso se deve principalmente ao fato da trilha sonora ser composta por sete canções com vocais, sendo o restante apenas instrumental.

La La Land começa energético. Com milhões de jovens artistas na cidade dos sonhadores encarando mais uma manhã ensolarada antes de irem para uma audição, um teste de elenco, uma reunião com agentes ou produtores. Afinal, estamos em Hollywood e todos estão atrás do seu grande momento. Assim como ocorre com Mia (Emma Stone) e Sebastian (Ryan Gosling), que são dois jovens que estão em Los Angeles em busca de seus sonhos: ela quer ser atriz, ele quer ser um grande músico de jazz. Seus caminhos se cruzam diversas vezes até que resolvem dar chance ao acaso. Porém, apesar de terem quase o mesmo objetivo, ambos desconhecem o mundo um do outro, e esta entrega ao parceiro será essencial para o sucesso de cada um.

O longa vencedor de sete Globos de Ouro surpreende de várias formas. Primeiramente, por não ser um musical entupido de canções narrativas, tornando o filme mais consistente, assim como o jazz apresentado pelo personagem de Ryan Gosling. Cada um vai fazer a sua interpretação com aquele som. Cada batida, ou cada cena do filme, vai nos levar numa viagem particular. Mas se o filme começa pulsante, ele vai diminuindo o ritmo conforme as desilusões vão ocorrendo na vida do casal. Já que estamos na cidade dos sonhos, infelizmente, nem todos vão se realizar. A partir deste momento até a cena final, mostra o amadurecimento que Chazelle tomou no roteiro, ao não deslumbrar tanto o espectador com o tradicional “felizes para sempre”, mas deixá-lo lacrimejando com o que poderia ter sido.

Boa parte dos suspiros, das risadas e da magia em La La Land acontece  por causa de Emma Stone e Ryan Gosling, que formam o casal mais carismático do cinema atualmente. A personagem de Emma é exatamente como sua persona: divertida, espontânea e firme. Convicta em suas decisões e filosofias, Mia segue fiel ao seu objetivo até o fim. Emma transforma a protagonista quase como um retrato seu de quando chegou em Hollywood e conseguiu o seu “close” certo. Assim como o obcecado professor de música em Whiplash: Em Busca da Perfeição, temos mais um fã de jazz. Sebastian honra o clássico, não quer deixar o jazz morrer e se tornar em um estilo esquecido pela nova geração. Ryan começa o filme em baixa, desacreditado, tentando acreditar naquilo que é a sua vida, mas se não consegue nem pagar as contas, como é que vai crer na música que deveria lhe inspirar para viver? O encontro destes dois reacende o sonho e a paixão que precisavam para seguir em frente.

La La Land tem todos detalhes para te fazer sonhar. O filme se sustenta pela magia que somente o cinema pode proporcionar. Apresentado no formato Cinemascope, o longa de Chazelle a todo momento traz referências cinematográficas como Gene Kelly, Ginger Rogers, Ingrid Bergman e Juventude Transviada, deixando La La Land quase como um culto aos ídolos do passado. E com todo o toque moderno que o diretor colocou em La La Land, fez com que os mais novos se permitissem a entrar nesta viagem e se transportassem para o seu lugar preferido do mundo. Eu, claro, já estava no meu.

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