Lady Gaga: Joanne

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Esqueçam os bate cabelos, as músicas pulsantes e a alta costura de Lady Gaga. Stefani Joanne Angelina Germanotta está mais simples e crua no seu novo álbum Joanne. Assim como as demais divas da música pop estão se portando ultimamente, mais específico em 2016, a cantora também resolveu “performar conceito” no seu quinto disco de estúdio. Rihanna, Beyoncé e agora Gaga, resolveram apostar em músicas menos dançantes, mas com muito mais conteúdo. Elas estão naquela fase segura de suas carreiras que podem lançar qualquer coisa sem temer o famoso “flop”. Se antes Lady Gaga chegou na indústria praticamente revolucionando o pop, ela quer tentar, mais uma vez, levar o gênero para um outro caminho.

Perfect Illusion foi a carro-chefe de Joanne. Confesso que não foi amor à primeira vista. Nem a segunda e muito menos foi na terceira, quarta ou décima vez que ouvi que consegui gostar. Pra começar que, ainda acho que não só nesta, mas na maioria das canções do álbum, a voz se destoa do resto da produção, como se de alguma forma não se encaixasse ou que faltou mais uma edição naquela faixa. Demorou, mas finalmente peguei o gosto pelo primeiro single de Joanne. Hoje, por exemplo, já ouvi mais de um milhão de vezes (rs). Em Million Reasons, aconteceu a mesma coisa: não foi de primeira, mas em um momento mais reservado, com apenas os fones, pude me entregar e deixar rolar aquelas razões ao todo volume.

O álbum carrega algumas influências vindas do último trabalho, Check To Check, feito na parceria de Tony Bennett. Muito piano, voz e letra, e coisas a serem postas pra fora. Infelizmente, algumas músicas acabam se tornando repetitivas e dificilmente dá para diferenciá-las em sua sonoridade. A-YO e Just Another Day são exemplos de canções que passam batidos. Angel Down e Grigio Girls soam tão parecidas que poderiam ser facilmente descartáveis. Se não fosse pela participação de Florence Whelch em Hey Girl, a música não também não seria nada demais. Fora estas, o restante de Joanne consegue trazer uma nova fase de Lady Gaga que há muito estava recolhido. Diamond Heart, Dancin’ In Circles e Come to Mama são ótimas composições de Gaga e que poderiam haver mais delas pelo disco. As baladinhas obrigatórias se realizam em Joanne, Million Reasons e Sinner’s Prayer. E para reforçar, Perfect Illusion é a minha preferida disparada.

Joanne está muito longe de ser um objeto inovador na história da música pop, assim como foram os primeiros discos de Lady Gaga. Este trabalho é a prova de que ainda pode se moldar o gênero pop, em tempos tão escassos e preguiçosos para se criar. Não vou negar que depois de The Fame, o pop nunca mais foi o mesmo. A cada trabalho lançado, era  uma nova forma de expressão e possibilidades que Lady Gaga nos mostrava ser possível de se viver. Faço um pouco de birra com este novo disco, pois sinto falta desta cantora exagerada que vestia carne e saltos enormes, e que nos permitia liberar a nossa diva interior. Mas entendo que, assim como todo ser humano, Lady Gaga precisava crescer e aparecer. De forma mais limpa e sem ser apelativa. Joanne é um trabalho maduro e o resultado de que Gaga é uma artista que está longe de ser uma mera ilusão.

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