Batman vs Superman: A Origem da Justiça

Batman vs Superman: Dawn Of Justice | Direção: Zack Snyder | Roteiro: Chris Terrio e David S. Goyer | Gênero: Ação e Aventura | Nacionalidade: Estados Unidos | Elenco: Ben Affleck, Henry Cavill, Amy Adams, Gal Gadot, Jesse Eisenberg, Laurence Fishburne, Holly Hunter, Jeremy Irons, Kevin Costner | Duração: 2h33min

Eu vou confessar: não foi nada fácil aceitar que Batman estaria de volta aos cinemas com Ben Affleck assumindo o papel. Ainda mais depois de Christian Bale conseguir trazer – junto com Christopher Nolan – um Batman mais sombrio e real para as telas. Aí finalmente chegou o momento de assistir a esta tão aguardada interpretação que me fez morder a língua. Por mais saudosista que eu seja com Bale, me surpreendeu que Affleck conseguiu dar conta do recado, mas não vamos nos empolgar demais. Em Batman vs Superman: A Origem da Justiça, o Batman de Ben Affleck é o menor dos problemas, sendo até uma das partes boas do filme.

O filme começa com a batalha entre Superman (Henry Cavill) e Zod (Michael Shannon), que não só destroem a cidade de Metropólis, mas que coloca o Superman como uma ameaça à população da terra, tendo a sua reputação julgada e sendo perseguido por todos. Incluindo o milionário Bruce Wayne/Batman (Ben Affleck) que assiste a luta entre os rivais tão indefeso quanto os que ele tenta salvar na terra. Então partimos – do nada – para a África do Sul, onde Lois Lane (Adam Adams) está atrás de mais um furo jornalistico até que cai em uma armadilha. E adivinha quem chega para salvar a mocinha? Ele mesmo, o multi-tarefas Superman. O herói que não teme nada, apenas perder a sua amada, faz de tudo para tirá-la dali. A partir destas cenas, o Superman cai no meu conceito e tornando-se um irresponsável após afirmar que Lois Lane é seu mundo e SÓ o que importa é ela. Affis. Antes fosse apenas estas duas tramas, tomamos conhecimento de Lex Luthor (Jesse Eisenberg), um jovem cientista, rico e hiperativo, que está prestes a colocar em teste a sua mais obra prima. Dentro deste mesmo núcleo, temos a participação de Holly Hunter que é uma juíza e que não gosta nada das atitudes deste moço. Mas calma aí. Até o final do longa, ainda temos a participação da Mulher Maravilha (Gal Gadot) em uma parte, mas antes disso tem muita Diana Price passeando em cena.

O longa dirigido por Zack Snyder tem a missão de dar o pontapé inicial para a próxima união de super heróis nos cinemas, que é A Liga da Justiça. E por isso, o diretor teve que juntar todos estes segmentos, que poderiam ter sido melhores construídas ou simplesmente não existirem. Ou talvez, a melhor solução era ter dado uma direção que pudesse deixar o público focado e não tomando notas do que acabou de ver. A forma como ele resolveu colocar todas estas histórias em duas horas e meia de filme, deixou a narrativa bagunçada em um ritmo que é desnecessariamente acelerado. Quando o que mais queremos assistir é a tão aguardada luta entre Batman e Superman, e também, como o homem morcego irá enfrentar este invencível alienígena. E por mais que seja uma cena aguardada, ela decepciona. Depois de tanta porrada, você não iria acabar uma briga e salvar o mundo após meia dúzia de palavras digeridas que ainda por cima foram proferidas por alguém fora do conflito? Sendo que esta batalha é até mais uma armadilha, quando um está louco por justiça, o outro está ali apenas cumprindo uma demanda.

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Por mais que os demais critiquem a atuação de Jesse Eisenberg como o vilão Lex Luthor, particularmente não vejo quais seriam os seus defeitos em tela. O ator tem por sua marca, a sua capacidade de falar rápido que vem acompanhado de algumas afetações, que vagamente lembra o seu personagem Mark Zuckerberg em A Rede Social. Porém, acredito que estes itens preencham o que o Lex de Snyder quer passar: um jovem herdeiro, claramente perturbado e mimado, conseguindo manter todos na sua mão. E mesmo que não assuste, é o antagonista que facilmente cai no gosto do público. No meu, pelo menos caiu. Outra surpresa, como mencionado antes, é Ben Affleck como Batman. Eu confesso que gostaria muito de odiá-lo, mas não consegui. Ben traz novamente em cena, um Batman sério que sempre tentará se tornar imortal, ao querer salvar a sua cidade natal. Ben ainda resgata o efeito sonoro na voz do Batman, para que não só possa guardar a sua identidade, mas claro, dar uma dramaticidade na ação que fica perfeito na frase “Do you bleed? You will!”. Quem é que não sentiria o respeito nesta ameaça, né?

O que já não posso confirmar no papel de Henry Cavill como Superman/Clark Kent, que assim como a Mulher Maravilha/Diana Price, são tão inexpressivos que estão mas preocupados em ficarem bonitos em cena do que reagir a alguma coisa. Além de que Superman, claramente, apenas dá importância ao chamado de socorro aos seus entes queridos. E nossa, como ele é sensível às críticas, as pedras que jogam nele, dizendo que ele é um falso Deus e etc. Basta um comentário, para ir lamentar nos braços de Lois Lane. Esta que foi outra personagem que me deixou irritadíssima, mas que de certa forma é um ponto positivo para Amy Adams, que comprova ser tão boa atriz. Amy abraçou o papel de mocinha que tenta fazer justiça com as próprias mãos, mas que se torna a desajeitada da história, retornando aos clichês do gênero da que tenta ajudar, mas só atrapalha. E todo o barulho que a Mulher Maravilha fez por ser a primeira vez que apareceria nos cinemas, foi só barulho mesmo.

Mas a lição que aprendemos nisto tudo: é que já entendemos como morreram os pais de Bruce Wayne na infância, Lois Lane vai virar assessora do Superman, Lex Luthor é um muso, Clark Kent só quer pautas relacionadas ao Superman porque não que consultar outras fontes, Mulher Maravilha rouba pen drives, Alfred é o Robert Downey Jr, Batman ainda tem pesadelos e dorme com desconhecidas, e a trilha sonora é show. E ah, vale a experiência, mas leve o bloquinho.

3 comentários

  1. Ah, gostei do filme.
    Ele peca em uns clichês, como esse de a Lois Lane cair de arranha-céus e tal. Mas é um bom filme, sem cuidados para ser um ótimo longa. Sei, esses detalhes, para alguns comprometem, mas dão relativa esperança para um próximo filme ser melhor. E agora que vai começar o Universo DC no cinema, por certo haverá tantos e tantos filmes nos próximos anos.

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