Sherlock

Criação: Steven Moffat e Mark Gatiss | Direção: Jeremy Lovering, Colm McCarthy e Nick Hurran | Elenco: Benedict Cumberbatch, Martin Freeman, Una Stubbs, Mark Gatiss, Louise Brealey e Rupert Graves | Gênero: Aventura, Policial, Drama e Ação | Nacionalidade: Reino Unido | Duração: 90min

É bem verdade quando dizem que a televisão vem superando as produções cinematográficas. Principalmente se tratando de seriados. É o que acontece com a série Sherlock, estrelado por Benedict Cumberbatch e Martin Freeman e baseado nas histórias de Sherlock Holmes, escritas por Sir Arthur Conan Doyle. Para quem é fã dos contos do famoso detetive particular, a série é um deleite, especialmente para quem gosta de um toque moderno nas adaptações. Para os que se encaixam na minha categoria, não ter tanto conhecimento sobre o personagem, o programa também é altamente satisfatório. A começar pelo grande elenco que protagoniza as aventuras.

Benedict Cumberbatch ganhou grande reconhecimento nos cinemas no ano passado, ao dar vida a Alan Turing em O Jogo da Imitação, agora encara a produção de Doutor Estranho, próximo filme da Marvel, e já encenou nas triologias de O Hobbit e Star Trek. Pelo seu currículo, percebe-se que o ator é cogitado (ou prefere) em personagens bastante excêntricos. O que não seria diferente aqui em nesta modernização de Sherlock Holmes, e esta adaptação funciona muito bem. A começar pelo uso da internet, blogs, celulares, gráficos e até mensagens de texto, mostrando que mesmo sendo ambientado no clima clássico de Londres, sem deixar de lado uma das principais características da história do detetive (o endereço na rua Baker Street, 221b), a série adota o século XXI. Outro exemplo importante é o cachimbo sendo substituído pelos adesivos de nicotina, mas volta e meia aparece um cigarro, para os momentos de ansiedade do protagonista. Claro, no decorrer da trama, há aspectos que lembram outras séries do mesmo tema como CSI e afins. Entretanto, aqui temos Benedict representando este detetive grosseiro, arrogante e inteligente de uma forma hilária e hipnotizante. Digo isso, pois é impossível piscar os olhos enquanto ele está em cena. Afinal, não queremos perder nenhum movimento deste imprevisível personagem que por ser este cara inacreditável, viramos fãs rapidamente.

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Martin Freeman, como Doutor John Watson, é o responsável por ser o parceiro de Sherlock em suas missões. O personagem que atuava como médico na Guerra do Afeganistão, obviamente quer uma vida sossegada e longe de confusões que arrisquem a sua vida. Mas é exatamente isto que ele precisa para manter a adrenalina e sentir vivo. Sherlock Holmes, assim como faz com qualquer um que pare na sua frente, o decifra em instantes e o acolhe para percorrer as ruas londrinas, para se tornar o amigo que ele nunca teve. Mesmo o nome da série sendo apenas de Sherlock, a dupla é a grande essência da história. Como o detetive disse em uma das cenas (do meu episódio favorito), enquanto ele se preocupa em desvendar o crime, Watson se concentra em salvar a vida das vítimas. O médico mantém o equilíbrio da personalidade de Sherlock Holmes, já que o protagonista vive em seu “palácio mental”, ele acaba esquecendo que existem outros seres humanos e que ele próprio é um, para sua infelicidade. Watson é o melhor contraponto e claro, companheiro, que Holmes poderia ter.

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Os inimigos de Sherlock Holmes não são pessoas. O grande vilão da sua história é o tédio. Ele não suporta. Mesmo com casos pequenos, ele se entendia e os resolve em minutos. Quando não os despreza descaradamente. O gênio de Holmes não é fácil, sendo constantemente interrogado e acusado por todos que o conhecem como maluco, doente e psicopata. “Sou um sociopata altamente produtivo”, ele se declara. Poderia compará-lo com o personagem de Jim Parsons, em The Big Bang Theory, por serem duas pessoas inteligentes, com pensamentos 100% racionais e que se consideram melhores que os outros. E eles são, porém a diferença é que mesmo carregando tons voltados para a comédia, as séries se diferem por aquilo que considerei a melhor estratégia até então: três temporadas com apenas três episódios de uma hora e meia, no máximo. Assim não nos cansa com um milhão de casos esquecíveis e nem com momentos dispensáveis. O lado bom disso é que mesmo sendo capítulos aprofundados e intensos, dificilmente irá cair para o monótono. Todos os episódios estão interligados com personagens, tramas e pistas. E com um vilão tão esperto quanto o próprio “herói” de Londres e que não deixará Sherlock em paz nem mesmo depois de morto. As exceções ficam para os segundos episódios de cada temporada, que costumam fugir um pouco da história principal. O lado ruim é que o lançamento entre cada acontece apenas de dois em dois anos, com previsão da quarta temporada apenas para 2017. O que nos deixa bastante angustiados pelo o que virá em seguida para o excêntrico sociopata e seu médico.

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