Creed: Nascido Para Lutar

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Creed | Direção e Roteiro: Ryan Coogler | Elenco: Sylvester Stallone, Michael B. Jordan, Tessa Thompson e Phylicia Rashad | Gênero: Drama | Nacionalidade: Estados Unidos | Duração: 2h14min

À primeira vista, Creed pode não remeter a nenhuma lembrança para quem nunca assistiu aos filmes de Rocky. Eu, até então, apenas tinha assistido ao primeiro filme, mas nem guardei o nome daquele cara grande de bigodinho que não levava a sério a força do garanhão italiano. Porém, eu sabia quem ele era e a importância que ele teria nesta nova história que envolve Rocky Balboa. Ao contrário do que fiz com a saga de Star Wars, resolvi ver Creed: Nascido para Lutar antes de saber o que tinha acontecido anteriormente com os seis filmes de Rocky. E não teve problema algum. Claro, você tem que ter um pouco de noção com os fatos que aconteceram, mas Creed ficou melhor ainda depois que finalmente acompanhei Rocky e seus demais filmes. E é incrível como mesmo com uma história, um filme independente, que foi lançado lá nos anos 70, de um ator desconhecido que dá a vida a um boxeador amador que vira o herói nacional, conseguiu se desdobrar em um milhão e até mesmo hoje, 2016, nos deu mais um relato emocionante nas telas.

O filme começa com um rápido e simples flashback, que nos informa do que precisamos realmente saber. Adonis “Creed” Johson (Michael B. Jordan) é adotado pela viúva de seu pai Apollo Creed (Carl Weathers), Mary Anne Creed (Phylicia Rashad), que o acolhe como filho em compaixão ao seu falecido marido. Desde sua primeira cena como criança, Adonis mostra que herdou do pai a habilidade para a luta, mas ele cresce sendo educado para evitar esta atividade, já que foi este esporte que matou Apollo. Entretanto, chegou a hora que ele não quer mais reprimir este instinto e pede demissão do trabalho, avisa a mãe, que infelizmente não vai apoia-lo, porque coitada, vamos combinar que ela não merece perder mais um parente para o boxe, e vai atrás do único que poderia lhe ajudar nesta empreitada. Sim, Rocky muso maravilhoso rei da Filadélfia. E aí já prestamos atenção aos detalhes que o diretor Ryan Coogler felizmente não esqueceu de adicionar. Adonis se muda de Los Angeles, Califórnia, (mesma terra natal de Apollo Creed) para Filadélfia, casa de Rocky, que continua no seu humilde restaurante, tranquilo e favorável. Rocky também não quer ajudar Adonis a se tornar um lutador por saber de todas as dores que o boxe traz, mas ele acaba tendo uma grande simpatia pelo garoto. No seu estilo marrento e ingênuo, o ex-campeão dos pesos pesados finalmente cede aos pedidos do jovem, que tem o mesmo jeito de dobrar Rocky, assim como seu pai fazia quando queria algo do amigo.

creed_2015_poster-1920x1200Neste meio tempo na cidade nova, enquanto treina por aí, ele conhece Bianca (Tessa Thompson), uma cantora que também está criando a sua carreira. Ela poderia ser um retrato de Adrian (Talia Shire) no passado, sendo a que mesmo não curtindo esta vida do namorado em cima de um ringue apanhando, reconhece e respeita o sonho de Adonnis, pois sabe que não tem porque domá-lo. E Bianca é igual, tem seu sonho que qualquer um poderia dizer para desistir, mas ela persiste. O trio se torna uma verdadeira equipe para apoiar Adonnis Johson, que não quer ser conhecido como o filho de Apollo. Ele quer reconhecimento próprio, pelos seus méritos. Enquanto Rocky ajuda no modo físico, Bianca é a base emocional e principalmente motivacional para que ele se torne tão forte quanto seu pai.

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Sylvester Stallone pode não ser conhecido por ter uma perfomance dramática e nem por ter interpretado intensos papéis no cinema, mas vocês vão reconhecer que mesmo sendo um brutus, ele sabe ser a coisa mais humilde e sincera nos seus momentos. O eterno Rocky não apenas se ajeitou na vida, começou a falar direito e se levar a sério, mas como se tornou um ídolo por continuar sendo o garanhão italiano, que nem por um instante esqueceu a sua família. A sua visita ao túmulo da esposa e do cunhado, é feita de uma forma tão natural que parece que ele vai lá todos os dias, só para ficar perto do seu antigo trio. Agora ele tem Adonnis e Bianca, que se tornaram a sua nova família. Michael B. Jordan é o mesmo Rocky que conhecemos lá nos filmes antigos, sedento por ser uma lutador de boxe, quer um título, quer que o seu falecido pai tenha orgulho e quer provar que ele não foi um erro abandonado. Michael é responsável por trazer momentos de humor, o que fica ainda melhor quando é encenada com Stallone. A começar pela parte da nuvem. Mas ele também é responsável por aquele momento arrepiante, que por mais que Apollo Creed não esteja presente fisicamente, é como se manifestasse dizendo que vai apoia-lo na sua luta. Tudo isto causado por um simples calção.

O filme dirigido por Ryan Coogler é o meu preferido na atual temporada. A história que envolve esporte, drama familiar, romance e superação funciona pois tudo é explicado no seu tempo, no seu modo e sem exageros. E o melhor é que todos têm um comportamento racional com leves toques de sentimentalismo que não é nenhum pouco barato. Os personagens se completam de uma forma muito bonita. Principalmente na relação de Adonis e Rocky. Os dois vivem na sua solidão e ao se encontrarem, é como se conhecessem desde sempre. O fato de Adonnis ser filho do seu melhor amigo os conecta ainda mais e renova a vida de Rocky que estava fadado a morrer sem lutar. Creed: Nascido Para Lutar traz as melhores e necessárias partes da antiga saga de Rocky, e se renova com estes personagens que nasceram para levar adiante o legado de lutadores. Tanto na vida quanto no esporte.

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