Carol | Direção: Todd Haynes | Roteiro: Phyllis Nagy| Elenco: Cate Blanchett, Rooney Mara, Sarah Paulson e Kyle Chandler | Gênero: Drama, Romance | Nacionalidade: Estados Unidos, Reino Unido
É impossível não ficar encantado com o cartaz de Carol. Quantas vezes você já não bateu os olhos assim em alguém na rua, num bar ou hoje mesmo? Inocentemente foi assim que esta tocante história de amor começou e terminou. Por mais que o nome do filme seja de Carol (Cate Blanchett), quem acompanhamos desde do início é a jovem Therese (Rooney Mara). Ela leva uma vida muito tranquila sendo balconista em uma loja de brinquedos e namorando um simples rapaz nova iorquino. Mas a sua vida realmente começa quando conhece Carol, num tumultuado dia de compras de natal. O que parece uma conversa sem pretensão, vira um relacionamento a ser batalhado.
A história não ocorre em épocas razoavelmente tranquilas para um casal homossexual. Todo o drama acontece lá nos anos 50, onde ainda se classificava os gays como “pessoas desse tipo”. Não que tenha mudado drasticamente atualmente, mas os direitos foram, e ainda são, conquistados diariamente. E com mais humanidade também. O propósito maior do filme de Todd Haynes é mostrar a luta de duas pessoas para ficarem juntas. Algo tão simples, mas que infelizmente não acontece por causa do preconceito e por ser considerado doentio na época.
Carol, cansada da vida certinha e maçante que levava, se descobriu (não gosto deste termo) após se envolver com uma conhecida e ali sua vida também mudou. Mas o romance não vingou. Ao conhecer Therese, acredito que ela não quis deixar escapar mais um amor por causa da obsessão de seu ex-marido, que faria de tudo para impedir que qualquer pessoa de se aproximar de Carol. Convenhamos que por um momento, é possível compreender esta paixão pois é Cate Blanchett de quem estamos falando. A atriz mais uma vez, dá um banho de interpretação ao dar vida a esta fina, elegante e confiante mulher que apenas queria ser feliz. Pelo ao menos uma vez na sua vida. Rooney Mara é um doce de menina, que assim como houve com Carol no passado, começa a se conhecer após se apaixonar pela primeira vez. Ali é que começa a criar coragem e atitudes. Mesmo com o coração partido, a sua vida nunca mais seria a mesma depois de Carol.
O filme é completamente um romance que te dá um frio na barriga várias vezes. Nossos olhos ficam e não desgrudam do casal que mal vê a hora de ficar a sós, em seu lugar especial, de se entregar e nem pensar no que ficou para trás. Particularmente esperava um pouquinho mais o filme. E isto é um erro de se fazer. Mas gosto dele. Carol tem uma história redonda e muito sútil. Não é aquele furacão que nem foi com Azul É A Cor Mais Quente, pois são tempos e personagens diferentes. Assim como a década que se passa a história, tudo é discreto e nada suspeito. Até o momento do beijo, por mais que tenha achado frio, entendo que a situação das duas é de insegurança, assim como acontece nestas ocasiões, para depois se entregar. Carol é um filme que nos deixa esperançoso, pois mesmo que haja empecilhos, não devemos deixar escapar um olhar apaixonado.