
Qualquer fã de musicais que se preze, tem que ter pelo menos uma vez na vida, ter assistido a dois filmes: Cantando na Chuva e A Noviça Rebelde. Confesso que demorei pra assistir o segundo, mas antes tarde do que nunca, não é? Este clássico dos clássicos completou 50 anos este ano e teve até homenagem na última cerimônia do Oscar, com um medley de três músicas do filme: The hills are alive, My favorite things e Edelweiss, cantados (perfeitamente) por Lady Gaga. Não acredito que o filme seja de fácil digestão para todos, pois até minha mãe fugiu da sessão em casa quando Maria (Julie Andrews) começou a cantar. Mas tudo bem, assim sobra mais do filme SÓ pra mim.
Julie Andrews pode levar todo o mérito de A Noviça Rebelde. Com um carisma enorme e sua doce voz que está sempre cantarolando, ela comanda a casa dos Von trapp e no primeiro encontro com os filhos do Capitão (Christopher Plummer), já consegue, literalmente, se tornar amiga deles e mostrar que é diferente de todas as outras babás que já passaram por ali. Sem filtro, freios ou papas na língua, Maria já desafia o seu chefe, que surpreso por ter sido contrariado, acaba se apaixonando por aquela que pela primeira vez, não aceitou as suas ordens. Do mesmo jeito que brinca e educa as crianças, faz com que quem assiste, também se sinta dentro daquela trupe e queira viver de novo a sua infância. É fácil de se encantar por Maria e sua gentileza. É possível perceber que quando está no convento, ela se atrasa, se atrapalha, mas não é por rebeldia, é apenas por não pertencer àquele lugar. Seu lugar é no mundo e não trancada dentro de uma igreja, e as freiras logo dão um jeito de libertar este pequeno pássaro. Mas quando está na casa dos Von Trapp, ela consegue administrar tudo e encontrar o seu caminho na vida.
A história se passa lá pelos anos 30 e o filme foi lançado nos anos 60. Tem todo aquele tom conservador, certinho, limpinho e romântico da época. Não vou negar que adoro assistir filmes desse tipo, muito pela ingenuidade em que tudo acontece e também porque os atores tem uma pose, uma dramaticidade em seus trejeitos que adoraria ter vivido. É uma nostalgia tão boa e divertida que A Noviça Rebelde consegue resgatar que merece sempre ser revisto.
Diretor: Robert Wise
Roteiro: Oscar Hammerstein II
Elenco: Julie Andrews, Christopher Plummer, Eleanor Parker, Richard Haydn
Gênero: Comédia Musical
Nacionalidade: Reino Unido, Estados Unidos