Caminhos da Floresta

CaminhosdaFloresta_poster_BrasilUm padeiro e sua mulher vivem em um vilarejo. Um dia, eles recebem a visita da bruxa, que é sua vizinha. Ela avisa que lançou um feitiço sobre o casal para que não tenha filhos, como castigo por algo feito pelo pai do padeiro, décadas atrás. Ao mesmo tempo, a bruxa avisa que o feitiço pode ser desfeito caso eles lhe tragam quatro objetos da floresta. Eles têm apenas três dias para encontrar tudo, caso contrário o feitiço será eterno. Fonte: AdoroCinema 

Quando comprei o ingresso para Caminhos da Floresta, a moça do caixa me alertou: “É um musical!”. Uma pena que não tinha muito tempo para contar a ela que sou a maior fã de musicais deste planeta. Dizer tudo o que sinto/penso/imagino através da música é uma mania que tenho desde que assisti Grease – Nos Tempos da Brilhantina pela primeira vez em VHS. Então obviamente qualquer filme do gênero sempre me fará sair em sua defesa, até mesmo esta produção de Rob Marshall.

O único motivo para gostar deste filme se chama  Meryl Streep. Não é a toa a sua décima nona indicação ao Oscar, quebrando o recorde de qualquer outro ator/atriz nesse mundo. Minha Deusa soberana arromba a porta quando entra em cena e simplesmente nos acorda para que a história continue. E é assim o filme todo. Ela grita, ri alto, faz graça, é delicada, agressiva, vingativa, canta, lamenta e ensina quem é que manda nessa floresta. Esta longe de ser considerada uma vilã.  A Bruxa de Meryl também quer realizar seus desejos e sabe como chegar até eles. E pra isso ela se aproveita da esperança do Padeiro (James Corden) e sua Esposa (Emily Blunt) que também se aproveitam da inocência e da boa vontade dos outros.

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O Padeiro e sua Esposa são quem nos devemos seguir nesses caminhos obscuros e inesperados que a floresta pode nos levar. E como o maior slogan do filme é nos alertar com “Cuidado com o que você deseja”, as consequências dos pedidos de cada um são fatores que irão se colidir com tudo no final e que fará que reflitam que nem todo desejo realizado era aquilo tudo o que se esperava.

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Um dos problemas de não ser O musical, são os personagens altamente afetados e esforçados para nos conquistar. A cena dos príncipes cantando no riacho/rio/lagoa nem irei comentar de tão ridículo que é. A tamanha indecisão da Cinderela (Anna Kendrick) apenas a deixa com cara de quem aceita ser capacho dos outros, a Chapeuzinho Vermelho (Lilla Crawford) que até agora não entendi o porque de sua participação, a Rapunzel (Mackenzie Mauzy) que serve de enfeite assim como o seu par (Billy Magnussen), o Príncipe da Cinderela (Chris Pine) que sai ileso de tudo que é emboscada  e sem nenhum arranhão, e João (Daniel Huttlestone) e o seu Pé de Feijão que nos deixa um pouco aliviado nessa confusão toda. De forma demorada, lá quando você acha que pode esticar as pernas porque o filme parece estar chegando ao final, ela dá a reviravolta das consequências de todos os desejos que foram realizados. O trágico é que ninguém saiu ganhando e a Disney escorrega com castigos como um fundo do poço para aqueles que se comportam mal. E ah! O Johnny Deep não estava nesse filme? Sim, estava. Sorte que foram apenas duas cenas rápidas.

INTO THE WOODSO que muito salva Caminhos da Floresta são as ótimas músicas compostas pelo mestre Stephen Sondheim, que já escreveu clássicos como Amor, Sublime Amor e Sweeney Todd. Sou suspeita para comentar, mas aqueles momentos afetados já citados, casam bem aqui quando a música nos conduz na história. Palmas para Anna Kendrick que se supera nos solos e agudos, e para Meryl Streep que não se cansa de mostrar que é boa até interpretando um árvore. Cantando então, meu coração não aguenta.

Se em comparação à Malévola, que a Disney parecia ter dado vários passos a frente mostrando que o beijo de amor verdadeiro não precisa vir exclusivamente de um príncipe encantado, o diretor Rob Marshall não quis se arriscar e colocou Caminhos da Floresta de forma mastigada e bonitinha para ser colocada como trilha sonora para os fãs do gênero e de enfeite pra criança nenhuma reclamar que está entediada.

2 comentários

  1. Nem preciso dizer que seu texto está maravilhoso, né? Assim como você sou apaixonada por musicais e Grease também foi meu primeiro filme desse gênero e que me despertou esse amor que sinto pelos musicais.
    “A cena dos príncipes cantando no riacho/rio/lagoa nem irei comentar de tão ridículo que é.” Super me identifiquei nesse trecho.

    Curtido por 1 pessoa

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