O filme conta a história de um casal de pais divorciados que tenta criar seu filho Mason. A narrativa percorre a vida do menino durante um período de doze anos, da infância à juventude, e analisa sua relação com os pais conforme ele vai amadurecendo. Fonte: AdoroCinema
Estou pronta para o meu close, Mr. DeMille e quero aproveitar para dizer algo: “Boyhood – Da infância à juventude não tem nada de mais.” Existe todo um amor com esse filme, mas só porque levou 12 anos de produção, enquanto todo o elenco mudava de penteado ou entrava na adolescência. Mas calma, a minha revolta é só pelo fanatismo a esse filme, não pelo conjunto em si.
Mason Jr. (Ellar Coltrane) é um menino que tem os pais separados e assim tem que conviver com a distância de seu pai Mason (Ethan Hawke) e viver de mudanças com a sua mãe Olivia (Patricia Arquette) e a irmã Sam (Lorelei Linklater). Sua mãe vai pra faculdade para melhorar de vida, sua irmã criando o caráter dela, enquanto Mason observa tudo dentro de sua bolha. Sua vida é como a minha, a sua e de todos nesse mundo. Vamos a escola, damos adeus a alguns amigos, vem o primeiro amor, o primeiro emprego até que você se forma no ensino médio e aí a vida realmente começa e o filme termina.
Não vou negar que Boyhood tem uma proposta interessante. Segurar um filme por 12 anos não é algo nada fácil. Conciliar agenda, preparar as filmagens, retomar a história, reencarnar o personagem e etc são coisas que parecem fáceis apenas na teoria, mas na prática, o diretor Richard Linklater conseguiu encaixar com perfeição todas as suas ligações. A magia do filme realmente é o fato de ver as pessoas, principalmente os jovens crescerem durante a produção. Assim como acontece quando vemos alguém que não víamos a muito tempo, do nada estar grande, ver o seu rosto desenvolvido e com os mesmos hábitos, comportamento e jeito de ser completamente de quando o conhecemos. Além de elementos da cultura pop com Coldplay, Sheryl Crow como trilha sonora e a época da eleição de Barack Obama, serem pano de fundo na vida de Mason. O enredo segue como as nossas vida, principalmente quando se trata de descobrir coisas novas como o amor, pessoas e lugares, repetir erros, construir uma carreira quando não se tinha nada, construir uma família e tomar jeito quando conhece alguém que o faz sair daquela vidinha bagunçada. Só que o porém é de que tudo isso acontece com as pessoas ao redor de Mason, enquanto ele fica beiçudo observando tudo. A vida de sua família chega a ser mais curiosa do que a do próprio menino, pode ser intencional para que tanto ele quanto nós vemos a vida passar ou uma representação da juventude, quando somos totalmente fechados em casa e completamente livres quando estamos longe da família. Ou as duas coisas.
Patricia Arquette sai como disparada a favorita nas premiações por sua performance em Boyhood como a mãe que quer uma vida melhor para seus filhos e vai a luta pra isso. Ela é a sua mãe que mesmo estando ocupada no trabalho, não vai deixar de se importar e tentar se tornar presente quando pode. Mas é só isso o que ela apresenta na tela. Sua atuação não é fraca, mas não o bastante para ofuscar os outros. Quem merecia toda atenção é Ethan Hawke que apresenta um pai que tenta ao máximo ser o mais legal, prestativo e interessado na vida dos filhos. Ele, infelizmente, tem que aceitar de ver as crias de tempos em tempos, e isso é evidente na tela pois sentimos a sua falta, mas Ethan é “vivo” em Boyhood e nos mantém aceso quando ouvimos suas teorias e brinca com as crianças. Ellar Coltrane tem a responsabilidade de nos conduzir e nos introduzir na sua vida. E ele faz isso de forma competente e principalmente na sua infância não mede suas palavras e de se expressar como se sente com o novo padrasto. Apenas quando cresce se comporta como o adolescente que tanto eu quanto você fomos um dia. Lorelei Linklater (filha do diretor) é a minha preferida em Boyhood. Me identifico muito com a sua Sam quando era a inquieta criança que acorda o irmão pra cantar Britney Spears e botar a culpa nele. Ela cresce e continua com a mesma carinha, mas consegue adaptar a sua personalidade sendo a mesma espertinha de quando o filme começou e se tornando uma mulher livre quando Boyhood termina.
Engraçado de como toda vez que penso nesse filme, sempre me vem novas reflexões, mas não é o tipo que me deixa com vontade de assistir novamente. Boyhood é uma experiência que deu certo, um filme para se ver de tempos em tempos e tirar novas conclusões sobre. Ele traz a sensação de que estamos vendo um filme caseiro, daquelas gravações que se faz das épocas mais significativas de nossas vidas e tiramos um dia para assistir. Mas não vá com grandes expectativas de que vai ser o melhor filme que você viu, apenas curta a sua vida na telona.
[…] uma ligação tremenda tanto na interpretação quanto na aparência dos atores. Ao contrário de Boyhood – Da Infância à Juventude, não foi preciso esperar os atores crescerem para dar continuidade à produção do filme, mas a […]
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