A Teoria de Tudo

327211.jpg-r_640_600-b_1_D6D6D6-f_jpg-q_x-xxyxxBaseado na biografia de Stephen Hawking, o filme mostra como o jovem astrofísico fez descobertas importantes sobre o tempo, além de retratar o seu romance com a aluna de Cambridge Jane Wide e a descoberta de uma doença motora degenerativa, quando ele tinha apenas 21 anos. Fonte: AdoroCinema

No momento em que Eddie Redmayne apareceu na tela, eu tive certeza: está aí o vencedor do Oscar de Melhor Ator de 2015. A Academia AMA cinebiografias, principalmente quando a equipe de maquiagem reencarna o biografado no ator em cena. E não foi em vão o trabalho da turma de A Teoria de Tudo hein? Mas calma que o filme recém começou.

Apontado como um dos principais filmes da temporada, A Teoria de Tudo fala sobre a vida do astrofísico Stephen Hawkings (Eddie Redmayne) que foi baseado no livro de memórias da primeira esposa de Stephen, Jane Hawking, que se chama Travelling to Infinity: My Life with Stephen. O Tudo começa tranquilamente e cheio de pássaros cantando quando o jovem Stephen está prestes a concluir o seu famoso doutorado sobre buracos negros e sua singularidade no tempo, quando conhece, casa e tem filhos com a angelical Jane Wide (Felicity Jones). Desde dos primeiros planos da película, fica evidente os princípios da doença de Lou Gehrig, mais conhecida como esclerose lateral amiotrófica, que Stephen descobriu quando tinha apenas 21 anos. E ao saber que tem apenas 2 anos de vida restantes, ele resolve aproveitar a vida ao lado de sua esposa e dos estudos. Só que o tempo vai passando e apesar da debilitação ir tomando mais conta de si, o astrofísico continua tendo filhos e estudando cada vez mais. SÓ QUE fica claro que quem carrega a família nas costas é Jane, que não tem apenas seus filhos para cuidar, mas sua atenção é mais concentrada em Stephen. Que agora precisa de cadeiras de rodas e perde sua voz, após um grave incidente. O que a deixa esgotada e sem perspectivas. Mas tudo muda quando esta começa a frequentar o coral da igreja, pra ter um tempinho pra si, e conhece o pastor Jonathan (Charlie Cox).

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Vendida como uma cinebiografia de um dos gênios da física, ciência, astrologia e tudo mais que você nem pensou em estudar, A Teoria de Tudo é uma história do casal e não apenas de Stephen Hawking. Óbvio, ele tem um destaque maior no enredo, mas quando começa a vida conjugal, esqueça ter algum tipo de novidade até os minutos finais e até alguma emoção na esperança de ver o mestre em ação durante suas pesquisas. Existe pouquíssimas cenas em que vemos o protagonista trabalhando, se questionando, suando para provar suas teses. Sabe quando tudo cai do céu e você nasce sabendo tudo? É o que acontece aqui. Fica difícil de acreditar quando Stephen conversa sobre suas teorias, mas só vemos ele passeando pela faculdade, enquanto sua mulher fica limpando a casa. E os conflitos de casais, crises e discussões? Existe, mas naquele tom inglês, meigo e compreensível que nem em filme parece verossímil.

a teoria de tudo.jpg2 Eddie Redmayne mostra todo o seu talento evidente, o que não é nenhuma para quem sempre o acompanhou, mas uma grande descoberta para quem nunca tinha ouvido o seu nome. Sua transformação, dedicação e interpretações são dignas de todos os prêmios que esperamos que receba. Stephen Hawking é um homem difícil de se interpretar, pois não é só uma personalidade da ciência que temos que compreender, é um homem que sempre foi conhecido por sua doença. Mas Eddie leva o papel em seus extremos, principalmente quando está bem debilitado e falando através de seu famoso aparelho. O que torna mais incrível é sua expressão quando fica dependente desta ferramenta para se comunicar. No momento de sua separação e na visita à rainha, você esquece que esta vendo uma representação dramática, mas sim, uma transmissão verdadeira de sentimentos.

385109.jpg-r_640_600-b_1_D6D6D6-f_jpg-q_x-xxyxxFelicity Jones também se destaca em A Teoria por simplesmente roubar (no bom sentido) vários momentos. A cena do jantar em que convida o pastor Jonathan é um exemplo de como sua personagem não é só uma dona de casa. Ela mostra quem é e que sabe tanto quanto seu marido. Ali, sua Jane conseguiu a ajuda que tanto precisava e de como finalmente voltou a viver. Felicity cresce em questões de segundos, pois como toda mulher, ela tem ser tudo ao mesmo tempo para todos a sua volta e em nenhum momento deixa a bola cair.

O filme de James Marsh teria tudo para ser um dos melhores do ano, afinal estamos falando da vida de um dos cientistas mais importantes da história. Mas a produção peca pelo espaço que dá a vida do casal, enquanto todo o trabalho científico sobre os famosos buracos negros e suas mil reviravoltas, ficam em segundo plano, desmerecendo o reconhecimento profissional  de Stephen Hawking. Mas tudo bem, não é motivo para ficar triste. Pois se uma coisa que aprendi em A Teoria de Tudo é que “por pior que a vida pareça, enquanto houver vida, haverá esperança”.

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