A Dra. Alice Howland é uma renomada professora de linguística. Aos poucos, ela começa a esquecer certas palavras e se perder pelas ruas de Manhattan. Ela é diagnosticada com Alzheimer. A doença coloca em prova a força de sua família. Enquanto a relação de Alice com o marido, John, fragiliza, ela e a filha Lydia se aproximam. Fonte: AdoroCinema  

Começando a maratona do Oscar 2015, Para Sempre Alice nem foi indicado ainda à premiação e eu já estou colocando nomes nos cartões de vencedores. Desde sua produção vem se dizendo que finalmente Julianne Moore levará a tão sonhada estatueta de Melhor Atriz. Merecido? Com certeza. Por este filme? Acho melhor você correr atrás de outras películas desta mulher.

Alice (Julianne Moore) é uma respeitada doutora,professora,mãe e esposa que aos 50 anos começa a ter os primeiros sintomas de alzheimer que chegou de forma precoce na sua vida. Ninguém nunca imaginaria que justamente para uma mulher no qual o trabalho as palavras sejam mais do que essenciais são as que mais estão fugindo. Definitivamente. É muito mais do que simplesmente esquecer uma palavra ou algum compromisso por falta de relevância ou comprometimento, mas é a doença lhe tirando completamente não só a sua sanidade, mas a sua história. “É como se as lembranças estivessem se esvaindo. Eu sei o que estou sentindo, eu sei qual é a sensação. Parece que o meu cérebro está morrendo! E tudo pelo que trabalhei a vida toda está sumindo”, estas frases resumem bem o drama pelo qual o filme se dedica.

Se antes sua família lhe tem no pedestal, com o noticiamento de sua doença todos ficam cheios de dedos e desconfiados quando o assunto é o que fazer com ela? Quem vai tomar conta? Sua filha mais velha Anna (Kate Bosworth) acaba de ter gêmeos, o namoradeiro Tom (Hunter Parrish) ainda está na faculdade de medicina, seu marido John (Alec Baldwin) está sob pressão no trabalho no qual tem a chance de uma promoção. A única esperança é em Lydia (Kristen Stewart) sua filha caçula que aparentemente por não estar em uma faculdade é a menos levada a sério na casa. Porém será a única a realmente se importar com o sofrimento da mãe.

Eu não assisti a todos os filmes de Julianne Moore, mas tenho certeza de que Para Sempre Alice será o qual eu não ache merecido todo esse alarme que estão fazendo. Acredito que o personagem foi criado especialmente para ela levar qualquer prêmio de Melhor Atriz que estiver concorrendo em qualquer festival. BUT não desmerecendo o seu trabalho, Julianne é uma atriz que carrega principalmente no seu olhar, toda força emocional que o seu personagem precise. Isso é um detalhe que sinto toda vez que a vejo em algum filme. Outra característica que acho que seja uma marca Moore Ltda. é a sua voz. Não existe outra no qual mexa tanto comigo como a que ela espalha quando se pronuncia. E Alice é uma mulher firme que não quer desistir. “Eu não estou sobrevivendo, estou lutando”, ela diz em um momento importante e decisivo da história. Alice dá a voz para aqueles que também estão lutando para continuarem sendo quem sempre foram. Nem que seja só um pouquinho.

O elenco é cheio de atores lindos e chiques. É uma típica vida de classe meia alta americana em que todos tem uma carreira, casa e são super unidos. Novamente Alec Baldwin em um drama de uma mulher que não está bem mentalmente (este ano ele foi o marido golpista de Jasmine em Blue Jasmine de Woody Allen) e por incrível que pareça, ele continua com a esposa até o fim.

Kristen Stewart ainda tem um pouco de Bella (Crepúsculo) consigo, mas a pior herança que carrega é a sua própria identidade. Sou a favor de um “cinema de autor”, independente da autoria, gosto de ver trabalhos com aquela marquinha que qualquer profissional do cinema sempre vai colocar em seus trabalhos. Felizmente, a moça é jovem, ainda tem muito o que aprender e acredito que vai conseguir  separar a Kristen de seus personagens. E não pense que é só por que comecei reclamando da marca Kristen Stewart que no filme ela está mal. Pelo contrário, sua personagem, a aspirante a atriz, representa a atual juventude que está em busca de seus sonhos. Obviamente com ajuda de um “paitrocínio”, né? E vamos dizer que o seu jeito “whatever” de ser ajuda a completar a personagem que se sensibiliza com a situação de Alice e resolve também mudar a sua vida por causa da mãe.

Com direção de Richard Glatzer e Wash Westmoreland, Para Sempre Alice é um filme mediano com grande atuação de Juliane Moore. Infelizmente se não fosse por ela, a película não seria nem metade do que é. Foi uma produção feita para retratar os pesares da doença que infelizmente pode acontecer com quem menos se espera. Não se assuste pois não é um filme didático sobre a doença, mas sim de como uma vida pode morrer enquanto ainda se está vivo.