Após ser resgatada do Massacre Quaternário pela resistência ao governo tirânico do presidente Snow, Katniss Everdeen está abalada. Temerosa e sem confiança, ela agora vive no Distrito 13 ao lado da mãe e da irmã, Prim. A presidente Alma Coin e Plutarch Heavensbee querem que Katniss assuma o papel do tordo, o símbolo que a resistência precisa para mobilizar a população. Após uma certa relutância, Katniss aceita a proposta desde que a resistência se comprometa a resgatar Peeta Mellark e os demais Vitoriosos, mantidos prisioneiros pela Capital. Fonte: AdoroCinema

Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 começa aonde terminou Em Chamas.E perdão ao trocadilho, mas é em chamas que Panem está e Katniss (Jennifer Lawrence) praticamente desorientada sem nem saber o que fazer, pensar e em quem confiar principalmente. Infelizmente não é agora que Katniss conseguirá escapar de mais uma guerra sangrenta.

A primeira parte de A Esperança finalmente conhecemos os rebeldes, os criminosos, assim como Presidente Snow (Donald Sutherland) os classifica, assim é o princípio do Distrito 13. Liderado pela Presidente Alma Coin (Julianne Moore), o Distrito esquecido por Panem é praticamente o mesmo molde do inimigo da Capital, porém o oposto em valores políticos. O Distrito 13 também vive sob uma lei comandada por Coin, mas digamos que ela apenas quer destruir a Capital acima de tudo. Uma vingança pessoal obviamente está por trás das ações da personagem de Moore, mas ela consegue mover toda a sua população, pois também é a causa deles. Katniss resiste pois agora Peeta (Josh Hutcherson) está sob o domínio da Capital e qualquer piso em falso é uma chance para que deem o fim no seu companheiro. E como o personagem Finnick (Sam Clafin) fala em determinado momento, o romance que antes era uma encenação para salvar a pele de ambos, agora é real. E não é apenas um romance, é amor. Afinal de contas, quem sobrevive ao campo dos jogos duas vezes, não sai do mesmo jeito e se tem alguém com quem dividiu tudo isso, não existirá amor maior.

Certa vez li no livro de Jean Claude Bernardet, a Trajetória Crítica, que uma sessão de cinema é uma sessão de estupro. Poeticamente falando, claro. Pois um filme te invade de vários modos e somente o cinema pode te levar para outros lugares em questão de 24 frames por segundo. E ao ver A Esperança – Parte 1 na sala escura me fez crer que estava tão abaixo da terra quanto Katniss e companhia. O diretor Francis Lawrence soube mexer em cada detalhe para nos deixar imersos naquele lugar. Nos momentos de tensão você fica tão sem ar quanto ter corrido uma maratona e sentir o coração saltando boca fora será constante, principalmente nas cenas finais. O diretor não teve medo em mostrar cadáveres, destroços e sofrimento em tela. Mesmo sendo um filme dedicado ao público infanto-juvenil, vai ter muito marmanjo e tiazona querendo assistir de novo.

Jennifer Lawrence mais uma vez mostra a sua versatilidade em cena. Particularmente opinando, daria um Oscar por Jogos Vorazes do que O Lado Bom da Vida, BUT… A cada filme, seu personagem carrega mais responsabilidades e o seu crescimento é evidente. JLaw também evolui em cena. Ela não é mais apenas uma sobrevivente, ela é A esperança de todos. Infelizmente a pressão a enfraquece, deixando-a sobrecarregada e somente quem poderia entende-la,salvá-la está preso e ela precisa dele. Isso a faz ir à luta. Josh Hutcherson aparece pouco, somente como um prisioneiro sob o comando de Snow, e ele mexe com Katniss do mesmo jeito que mexe com a gente. Tanto Kat quanto nós sabemos que ele não está falando o sério sobre o cessar fogo que ele (a Capital) deseja. Ele surpreende no final quando todo o mal lhe feito vem à tona.

Julianne Moore ao lado de Philip Seymour Hoffman? Não existirá tamanha dupla de líderes como eles. Ela, sempre firme e decidida em todas as suas ações, tem do lado, Plutarch, que assim como o falecido Cinna (Lenny Kravitz) sabia em quem apostar as suas fichas quando resgatou Katniss. Os dois fazem um trabalho maravilhoso pois encarnam os personagens com tamanha dedicação e com suas próprias assinaturas como autores em cena. Infelizmente o filme também traz à tona a tamanha perda que o cinema sofreu com a morte de Philip Seymour. Poucos conseguiram fazer Plutarch manipulador convincente lá no segundo filme pra no final mostrar que estava começando A rebelião.

Jogos Vorazes é uma saga que terá o seu final decretado apenas no ano que vem. E foi uma ótima escolha por motivos de que mesmo sendo para faturar mai$$$, Francis Lawrence conseguiu preencher esta primeira parte com dramas necessários e importantes. Quem leu o livro sabe que tem muita coisa pra rolar depois da última cena. O principal sangue nem foi derramado e as tão amadas reviravoltas ainda nem aconteceram, mas nem por isso A Esperança é monótona. A cada cena, a cada plano que consumimos é uma evolução da história. O amadurecimento da trama é o grande proposital desta série que mostra toda batalha é válida por aqueles que amamos. Seja ela uma pessoa, uma causa, ou aquele sentimento que foi dita, lá no primeiro filme, que somente ela é mais poderosa que o medo: A esperança de uma vida melhor.