O Tempo e o Vento (2013)

tumblr_inline_mzin52S9Sb1qf2gibRio Grande do Sul, final do século XIX. As família Amaral e Terra-Cambará são inimigas históricas na cidade de Santa Fé. Quando o sobrado dos Terra-Cambará é cercado pelos Amaral, todos os integrantes da família são obrigados a defender o local com as armas que têm à disposição. Esta vigília dura vários dias, o que faz com que logo a comida escasseie. Entre eles está Bibiana, matriarca da família que recebe a visita de seu falecido esposo, o capitão Rodrigo. Juntos eles relembram a história não apenas de seu amor, mas de como nasceu a própria família Terra-Cambará. Fonte: AdoroCinema

Estreiou antecipadamente no Rio Grande do Sul, o filme O Tempo e o Vento, com direção de Jayme Monjardim. A estreia se deve a comemoração da Revolução Farroupilha comemorado no dia 20 de Setembro. E como bons gaúchos, um grande público foi aos cinemas reverenciar a história do Estado.

Considerado um dos maiores clássicos literários, O Tempo e o Vento foi escrito por Érico Veríssimo há 50 anos e é dividido em três partes: O Continente (1949), O Retrato (1951) e O Arquipélago (1961). Ficou nas mãos de Letícia Wierzchowski e de Tabajara Ruas adaptar tamanha história em menos de duas horas. Na telona vemos os 150 anos de memórias da família Terra-Cambará narrada pela já em leito de morte Bibiana Terra Cambará interpretada por Fernanda Montenegro. Thiago Lacerda é um certo capitão Rodrigo que com o seu charme de herói, rouba o coração da moça Bibiana, na juventude interpretada por Marjorie Estiano.

Mas a saga começa há muito tempo atrás. Bibiana lembra a história de sua avó, Ana Terra (Cléo Pires) e seu romance com Pedro Missioneiro (Martin Rodriguez), passando rapidamente pela toda linha genealógica da família Terra, além de grandes guerras que aconteceram como pano de fundo. O filme emociona pelas lindas imagens captadas do Rio Grande Do Sul, compondo um visual impressionante que faz o povo gaúcho se orgulhar das terras que suas antigas gerações tanto lutaram. Era de se esperar características do diretor global, como closes, diálogos reiterativos e ritmo lento. É como assistir uma versão de uma minissérie acoplada para o cinema. Mas não é nada que estrague a beleza da produção que demorou cinco anos para ser produzido e passou por 27 tratamentos no roteiro até chegar a sua versão final.

Uma pequena falha no filme, porém, é o pouco tempo que tem para contar tantas histórias que se encontram na obra de Verissimo. Quando você já se acostuma com um personagem, já acontece uma virada na história levando o espectador para outro tempo. Há de se compreender, pois todo cidadão que se preze deve conhecer a grandiosidade que os livros são. Já foram feitas várias versões tanto para a televisão (a novela em 1967 pela TV Excelsior e a minissérie da Rede Globo feita em 1985 dirigida pelo ator Paulo José) quanto para o cinema, ganhando cada personagem, um filme próprio: Ana Terra, de Durval Garcia, com Rossana Ghessa; e Um Certo Capitão Rodrigo, de Anselmo Duarte, estrelado por Francisco Di Franco.

Apesar da serenidade que a produção passa, ela traz bastante cenas de batalhas e algumas outras bem hilárias. É impossível não abrir um sorriso toda vez que Thiago Lacerda aparece como o fanfarrão Capitão Rodrigo. Digno do papel recebido. O Tempo e o Vento é um filme bem feito e corresponde boa parte das expectativas que os fãs bairristas esperavam. Como eu que saí da sala de cinema inspirada pelas mulheres da família Terra. Que vivem a fiar, a chorar e a esperar.

 

 

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