Madri, 1980. Enrique Goded é um cineasta que passa por um bloqueio criativo e está tendo problemas em elaborar um novo projeto. É quando se aproxima dele um ator que procura trabalho, se identificando como Ignacio Rodriguez, que foi o amigo mais íntimo de Enrique e também o primeiro amor da sua vida, quando ainda eram garotos e estudavam no mesmo colégio. Goded recebe do antigo amigo um roteiro entitulado “A Visita”, que parcialmente foi elaborado com experiências de vida que ambos tiveram. Goded lê o roteiro com profundo interesse. Este relata as fortes tendências de pedofilia que tinha um professor de literatura deles, o padre Manolo, que vendo Ignacio e Enrique em atitude suspeita diz que vai expulsar Enrique. Ignacio, sabendo que Manolo era apaixonado por ele, diz que fará qualquer coisa se ele não expulsar Enrique. Então Manolo promete e molesta Ignacio, mas não cumpre a promessa e expulsa Enrique. Goded decide usar a história como base do seu próximo filme e, por causa de um isqueiro, vai até a casa de Ignacio e constata uma verdade surpreendente. Fonte: AdoroCinema
Eu sou a pessoa mais suspeita pra falar sobre Pedro Almodóvar. A primeira vez que assisti a um filme seu, foi com Fale com Ela e logo após os letreiros finais eu fiquei extasiada com aquela história, as tramas, as cores, o envolvimento que senti com tudo que estava na tela. Enfim, era um sentimento novo que estava sentindo quando conheci esse cara. Pela primeira vez senti que alguém na cadeira do diretor estava falando comigo. Me contando histórias diferentes que estava implorando a tempos. Realizando todas minhas fantasias cinematográficas. Fale com ela foi só o principio de uma paixão que nunca mais apagou. Até que um dia chegou Má Educação. E se você acha que eu já era apaixonada por Almodóvar, com este filme talvez tenha chegado no ápice do prazer. Má Educação traz o filme dentro de outro filme que tem flashbacks e vários segredos que estão só a espera de uma boca para serem contadas. Pode parecer cansativo só de ler, mas te garanto que a aventura vale a pena.
Enrique (Fele Martínez) é um diretor de cinema em bloqueio criativo até o dia em que chega Ignacio (Gael García Bernal), um antigo colega de escola que além de ser ator, traz nas mãos um roteiro baseado em fatos reais do passado dos dois, lá da época em que estudavam em um colégio de padres e que descobriram grandes sentimentos um pelo outro. Tudo parecia saudoso, lindo e maravilhoso, mas há algo de estranho nisso tudo. E a partir daí é que Enrique vai atrás do seu e do passado de Ignacio.
É difícil para mim, uma mega fã de Almodóvar, descrever qualquer obra sua, pois quando sou apaixonada por algo, às vezes nem chego a demonstrar (boba eu né?) e nem explicar o que me consome por dentro. E Má Educação é uma obra que você precisa realmente assistir para sair totalmente da sua caixinha, bater na mesa e gritar:“Porra, que filme maravilhoso!”. Pedro Almodóvar deixou suas musas de lado nessa produção e botou explicitamente detalhes de sua vida pessoal. Pode ser que sim (ou que não), mas Enrique é o seu alter ego rolando ali na tela, sofrendo por um amor que sumiu e dirigindo filmes com toda paixão que tem. Isso dá para ver logo na abertura quando “guión e dirección por Enrique Goded” aparece para nos deixar perguntando: “ué, tá errado esses créditos”, mas você não sabe de nada, inocente. Ainda.
A história como já mencionei tem tantas reviravoltas que você nem tem ideia do que pode acontecer. E por favor, não tente adivinhar. Deixe o filme te levar aonde ele quiser te levar. Má Educação está longe de ser um romance bonitinho e limpinho. Então já alerto você que não gosta de romances homossexuais e nem de ver Gael García Marquez como travesti. Nem todos gostam dos filmes de Almodóvar por conter cenas e ideias totalmente diferentes do que você já viu. Mas quem gosta, certamente dirá que encontrou a sua alma gêmea.
[…] de mais filmes do Almodóvar e logo entrei de cabeça nos últimos lançamentos como Volver (2006), Má Educação (2003), Tudo Sobre Minha Mãe (1998), Carne Trêmula (1997) e etc. Claro, também fui atrás das […]
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