Esta história, baseada em fatos reais, apresenta Solomon Northup, um escravo liberto que é sequestrado em 1841 e forçado por um proprietário de escravos a trabalhar em uma plantação na região de Louisiana, nos Estados Unidos. Ele é resgatado apenas doze anos mais tarde, por um advogado. Fonte: Adoro Cinema
A escravidão é um assunto que a gente aprende pelos livros e filmes. Nascer escravo era o destino de muitos negros. Eles não sabiam o que era ser livre. Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor) sabia o que era ser livre. Ele conquistou este direito. Porém foi enganado pelo já conhecido “boa noite cinderela” e ao acordar, está preso e condenado a ser escravo. Tenta, em vão, inúmeras vezes alertar de que é um homem livre. É vendido à um fazendeiro e logo é passado para outro. Este, que junto a sua mulher, maltratam até a última gota as suas propriedades humanas. Com direito a garrafas jogadas na cara, chicotes nas costas já marcadas e infinita humilhação fazem parte de todo o pacote do longa.
O diretor Steve McQueen faz um filme obviamente chocante, pois não tem como a escravidão ser um assunto leve nas telonas. Com sangue e cicatrizes em carne viva, desviei o olhar várias vezes. É maquiagem, mas não tem como não sentir aqueles chicotes nas suas costas ou em outra parte do corpo. Em vários momentos, ficamos impotentes. Ficamos como os figurantes que apenas abaixam a cabeça e fingem que nada acontece ao seu redor. Não podem fazer nada. A escravidão era cada um por si. Se por acaso, um indivíduo resolve se manifestar, a violência é em dobro. É nessas cenas que McQueen abre a câmera e nos deixa como observadores.
As outras cenas são marcantes pela aproximação que temos com os personagens. A inexpressão de seus rostos, de tanta dor e sofrimento de uma vida, e a mistura de sentimentos que são transmitidas através de seus olhares dão todo o significado da produção. A trilha sonora é um grande destaque. O responsável é Hans Zimmer, que dispensa maiores comentários. Toda tensão que sentimos no inicio do filme, Hans consegue deixa-lo maior com toda a sua composição. A cena de viagem de Solomon e os outros escravos no mar é algo que na sala de cinema (pode) ficar tão assustadora quanto ao pânico que o personagem sente.
O elenco fecha o conjunto da obra. Paul Dano, que interpreta Tibeats, sempre vai ser o cara que me deixa irritada à primeira vista. Não importa o filme, a trama e nem o propósito. E aqui ele repete a façanha. Assistam Sangue Negro (There Will Be Blood), de Paul Thomas Anderson, que talvez vocês me entendam.
Michael Fassbender repete a parceria com o diretor (trabalharam juntos em Shame (2011)) e faz o cruel dono de Solomon. Nunca tinha reparado nesse cara até este filme. Fassbender é insano, louco e faz o que bem entender provocando grande repulsa de quem o assiste.
Solomon é a vitima sequestrada e sofre do inicio ao fim. O ator dá aqui grande interpretação e mostra toda a sua competência, nos fazendo torcer para que saia de uma vez da fazendo que trabalha. Apesar de todos os pesares, ele não desiste. Até que surge na sua vida, ninguém mais que Brad Pitt que vem lhe salvar de todo aquele inferno. Pitt que também assina a produção do filme de McQueen.
12 Anos de Escravidão é um filme histórico. Mostra toda a barbaridade em que os negros sofriam na época e te deixa angustiado porque, como espectador, não se pode fazer nada. Mas Solomon nos traz esperança de que tudo aquilo que aconteceu, um dia vai acabar.